Mais um brasileiro segue a caminho dos altares, após o Arcebispo de Florianópolis (SC) autorizar o pedido de abertura do processo de beatificação de Padre Léo, fundador da Comunidade Bethânia.

O anúncio foi feito nesta terça-feira pela Comunidade Bethânia, que publicou em seu site e página de Facebook uma nota sobre o processo de Beatificação do Padre Léo, assinada por Padre Vicente de Paula Neto, presidente da comunidade.

“Conforme trajeto formal e necessário, formulado pela Mãe Igreja, foi apresentado ao Arcebispo de Florianópolis, D. Wilson Tadeu Jönck, por parte da Comunidade Bethânia o pedido de abertura do processo de Beatificação do Pe. Léo”, informa a nota.

Segundo o comunicado, o Prelado “acolheu, autorizou e incentivou o trabalho nesta direção indicando os passos seguintes”.

A Comunidade informa ainda que “por estes dias ainda será acordado com um ‘Postulador da Causa de Beatificação’ os passos para a abertura formal do processo e a continuidade do mesmo” e que os detalhes serão anunciados em breve..

“Convocamos a todos para que rezem nesta intenção”, completa a nota.

Quem foi Pe. Léo?

Em uma autodefinição destacada pelo site da Comunidade Bethânia, Pe. Léo afirmou: “Sou um sujeito que desde criança quis ser padre; e muito pobre, tentei ir para o seminário, mas não fui aceito. Então fui trabalhar até conseguir ter roupas suficientes, fazer meu enxoval”.

“Fui para o seminário com 21 anos. Tinha namorada, fui noivo, e descobri a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, que é o que eu tento viver: Quero ser um homem do Coração de Jesus. Vivo no meio de jovens drogados, prostituídos, aidéticos. Tento ser um deles e eles me ensinam muito”.

Tarcísio Gonçalves Pereira, que posteriormente ficou conhecido como Pe. Léo, nasceu em 9 de outubro de 1961, em uma família humilde de Delfim Moreira (MG), no vilarejo de Biguá, local que veio a ser muito citado pelo sacerdote em suas pregações.

Era o nono filho Joaquim Mendes Pereira e Maria Nazaré Guimarães. Como ele mesmo contou, antes de ingressar no seminário, trabalhou muito, tendo atuado como torneiro mecânico e também em uma fábrica de armas.

Foi em 1982 que ingressou no seminário da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, em Lavras (MG). Fez seu noviciado em Jaraguá do Sul (SC), cursou Filosofia em Brusque (SC) e concluiu Teologia em Taubaté (SP).

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Foi ordenado sacerdote em 1990 e, em 1995, fundou a Comunidade Bethânia, que tem como carisma o acolhimento de pessoas marginalizadas, dependentes químicos e vítimas da prostituição.

“Por meio desta comunidade, Pe. Léo nos ensinou a olhar o ser humano integralmente, em suas dimensões física, psico-afetiva e espiritual”, assinala o site da comunidade.

O sacerdote também teve ampla atuação na Renovação Carismática Católica (RCC), participante de vários eventos que atraiam multidões para ouvir suas pregações.

“Com seu jeito alegre e irreverente de ser, apaixonado pela Sagrada Escritura, utilizava-se de exemplos concretos e simples do dia a dia para chegar aos corações mais endurecidos. Utilizava linguagem simples, de fácil compreensão que prendia a atenção do ouvinte e ao mesmo tempo o convidava a uma experiência íntima com a pessoa de Jesus”, acrescenta o site.

Pe. Léo também atuou nos meios de comunicação, tendo publicado 27 livros e conduzido programas de televisão na Associação do Senhor Jesus e na Comunidade Canção Nova.

Em 4 de janeiro de 2007, partiu para a Casa do Pai, vítima de um câncer no sistema linfático.

Entretanto, mesmo quando estava doente, não deixou de lado sua missão evangelizadora. Em 2006 fez a sua última pregação no Hosana Brasil, da Comunidade Canção Nova, com o tema “Buscai as coisas do alto”.

Na ocasião, disse: “Quer ser feliz? Busque as coisas do Alto. Esta é a grande palavra que Deus trouxe ao meu coração neste tempo. A doença me tirou tudo: não consigo mais andar sozinho, não enxergo direito. Estou cego do olho direito e vejo apenas cerca de 40% com o olho esquerdo. Mas veio ao meu coração: ‘Ai de mim se eu não evangelizar’ (1 Coríntios 9,16b)”.

Mais em

Confira também: