Roma, 3 de out de 2017 às 17:00
O Procurador Geral da Líbia, Al-Sadiq al-Sour, informou que foi descoberto o lugar onde foram enterrados os 21 cristãos coptos egípcios que foram degolados pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS) em 2015.
Em coletiva de imprensa, em 28 de setembro, Al-Sour indicou que as autoridades ficaram sabendo da existência do lugar, localizado perto de um hotel na cidade de Sirte, na Líbia, depois que capturaram um homem acusado de ter gravado e editado o vídeo do massacre dos 21 egípcios.
Segundo informações da agência vaticana Fides, a notícia do início das escavações gerou um “grande entusiasmo” nas comunidades coptas da região egípcia de Minya, de onde provém a maioria dos cristãos degolados, que agora são considerados mártires pela Igreja Ortodoxa.
Além disso, os parentes pediram ao Chanceler egípcio que os cadáveres fossem rapidamente repatriados para poder ser enterrados nas igrejas do país que lhes dedicaram.
Também pediram às autoridades da Líbia que continuem trabalhando para identificar os jihadistas que assassinaram os cristãos coptas.
Os assassinatos
Em 15 de fevereiro de 2015, o ISIS divulgou um vídeo intitulado “Uma mensagem assinada com sangue à nação da cruz”, no qual aparecem os mártires vestidos de laranja que foram sequestrados entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, na Líbia.
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Um dos assassinos diz: “Recentemente nos viram nas colinas de Sham e na terra de Dabiq, cortando cabeças que carregaram a cruz durante muito tempo, cheios de pesar contra o islã e os muçulmanos. Hoje estamos ao sul de Roma, na terra do islã, na Líbia enviando outra mensagem”.
O Bispo copta católico de Guiza, no Egito, Dom Anba Antonios Aziz Mina, afirmou que estas novas vítimas do ISIS morreram como mártires, que “no momento de sua bárbara execução, repetem: ‘Senhor Jesus Cristo’”.
“O nome de Jesus foi a última palavra que saiu dos lábios dos mártires. Assim como na Paixão dos primeiros mártires, confiaram-se nas mãos daquele que logo ia recebê-los. E assim celebraram a sua vitória, a vitória que nenhum assassino poderá lhes tirar. Esse nome sussurrado no último momento é como o selo de seu martírio”, expressou o Prelado.
Uma semana depois da morte dos 21 coptas, o Papa copto Tawadros II decidiu inscrevê-los no livro de mártires da Igreja Copta e estabeleceu que a sua memória seja celebrada em 15 de fevereiro.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de setembro de 2017