MADRI, 6 de out de 2017 às 18:00
A Diocese de Málaga (Espanha) abrirá de modo oficial no sábado, 7 de outubro, o processo de canonização de 214 mártires que morreram durante a perseguição religiosa da Guerra Civil espanhola (1936-1939).
O diretor do departamento para a Causa dos Santos, Pe. Antonio Eloy Madueño, afirmou durante a apresentação desta causa à mídia que estes mártires mostram como “responder a uma situação difícil como Jesus Cristo respondeu”. “Ante a agressão, a resposta dessas pessoas foi o perdão, o amor”, assinalou.
Depois da primeira aprovação do Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, a Diocese começa um período de estudo e aprofundamento na vida e na morte desses 214 mártires da perseguição religiosa da Guerra Civil espanhola.
En estos momentos se está presentando a la prensa la Causa de Canonización de 214 personas (sacerdotes, seminaristas, religioso y seglares) que se abre solemnemente el sábado 7 de octubre, a las 11.00 horas, en la Catedral de Málaga pic.twitter.com/3pwz1JqBGD
— Diócesis de Málaga (@DiocesisMalaga) 5 de outubro de 2017
Segundo a Diocese de Málaga, entre os 214 mártires que estão nesta causa de canonização, há tanto pessoas influentes dessa época, como trabalhadores simples, religiosos e sacerdotes.
Mártires sacerdotes, religiosos e leigos
É o caso de Pe. Andrés Pavón, ordenado sacerdote poucos dias antes de morrer. Tinha 24 anos, havia sido ordenado sacerdote em junho de 1936 e esperava o seu primeiro destino pastoral.
Apenas dois meses depois, foi preso na cidade de Almargen, na cidade de Málaga, junto com o seu primo Francisco Torres, que era seminarista. Ambos foram presos em Ronda (Málaga). Durante os dias que permaneceu na prisão, atendeu confissão dos seus companheiros de cela e também celebrou Missa para eles.
Em 24 de agosto de 1936, Pe. Pavón e o seminarista Francisco Torres foram fuzilados enquanto gritavam “Viva Cristo Rei!”.
Irmã Carmen do Menino Jesus morreu aos 31 anos. Esta religiosa Clarissa do Convento da Santíssima Trindade de Málaga foi presa enquanto acompanhava uma religiosa doente à sua casa.
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Os milicianos tentaram saber se ela era religiosa e respondeu que sim.
Permaneceu na prisão durante dois meses sofrendo maus tratos, mas segundo testemunhos deu exemplo de fortaleza, serenidade e bom humor em todos os momentos.
Quando estava sendo levada para ser fuzilada, a religiosa pediu um tempo para rezar e disse aos milicianos: “Esperem um momento que vou pedir ao Senhor por vocês, para que os perdoe, pois vocês não sabe o que fazem”.
Depois da sua oração, afirmou: “Eu dou a minha vida por Deus com alegria e pela salvação das almas. Vocês estão fazendo apenas o que lhes ordenam”.
Depois de ouvir essas palavras, alguns milicianos não se atreveram a atirar nela, mas outros sim. Irmã Carmen do Menino Jesus morreu em 24 de setembro de 1936 no Caminho de Suárez (Málaga).
Alfonso Werner era um funcionário do comércio em Málaga, tinha 35 anos e sobreviveu ao fuzilamento do seu pai e do seu irmão, condenados por não querer denunciar dois jovens que estavam escondidos em sua casa.
Alfonso sobreviveu ao fuzilamento ao qual havia sido condenado, conseguiu chegar ao hospital rastejando. Entretanto, quando os médicos viram uma imagem do Sagrado Coração na sua carteira, não quiseram atendê-lo e permaneceu preso durante 20 dias, depois morreu.
Sua mãe, Carmen Bolín, conseguiu vê-lo antes de morrer. Ela perguntou-lhe: “Alfonso, meu filho, você os perdoa?”. E ele respondeu: “Como você pode duvidar disso? Claro que sim, mãe!”.
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Papa recorda o “heroico testemunho” de novos beatos espanhóis https://t.co/wLWcocWt9B
— ACI Digital (@acidigital) 27 de março de 2017