Roma, 9 de out de 2017 às 06:00
O vice-reitor da Basílica de São Nicolau, Pe. Giovanni Distante, questionou as recentes declarações de arqueólogos turcos que asseguram que o túmulo com os restos mortais do santo do século IV está no país de maioria muçulmana e não na Itália.
São Nicolau viveu aproximadamente entre os anos 280 e 345. No Oriente, é conhecido como Nicolau de Mira, devido à cidade onde foi bispo (a atual cidade turca de Antalya), mas no Ocidente é conhecido como Nicolau de Bari porque, segundo se afirma, depois da invasão muçulmana ao local onde estavam seus restos mortais, um grupo de católicos os transladou secretamente e os levou à cidade italiana.
Entretanto, Cemil Karabayram, diretor de topografia e monumentos em Antalya (Turquia), anunciou há alguns dias que sob a igreja de São Nicolau de Antalya foi encontrado um templo intacto com um túmulo, onde – segundo o arqueólogo – estariam os restos do santo.
Em declarações ao jornal turco ‘Hurriyet’, o arqueólogo disse: “Tivemos bons resultados, mas o verdadeiro trabalho começa agora”. Além disso, indicou que os restos que estão em Bari seriam de outro sacerdote.
“Os olhos do mundo estão aqui. Afirmamos que São Nicolau foi mantido neste templo sem nenhum dano. Estamos na última etapa. Se conseguirmos os resultados, o turismo em Antalya será impulsionado”, acrescentou Karabayram.
Diante dessa situação, Pe. Giovanni Distante esclareceu que “temos as fontes do translado” dos restos de São Nicolau que “nos transmitiram algo historicamente válido”.
Nesse sentido, o sacerdote pediu aos turcos que “comecem a nos dar respostas cientificamente corretas”. “Só assim começaremos a levar a sério este tema”, acrescentou em declarações divulgadas no dia 5 de outubro.
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“Se vocês têm um interesse turístico, eu consigo compreender, São Nicolau é um santo que atrai muitas pessoas”, afirmou.
O sacerdote explicou que “as fontes do translado são contemporâneas. Uma delas é de Giovanni Arcidiacono e foi solicitada pelo Arcebispo Ursone. Ele faleceu em 4 de fevereiro de 1089, as relíquias chegaram a Bari no dia 9 de maio de 1087, por isso, a comissão é contemporânea ao translado”.
“As descobertas arqueológicas sempre apresentam tantas perguntas, nós esperamos as respostas. Temos a beleza de milhares de anos de história em torno ao culto de São Nicolau” e da sua basílica, assinalou.
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— ACI Digital (@acidigital) 17 de dezembro de 2016