DENVER, 9 de out de 2017 às 18:00
Anthony Federico é um jornalista que viveu “os piores dias da sua vida” quando foi despedido do canal esportivo ESPN, por ter escrito uma manchete que foi qualificada como racista. Em meio à incerteza, Deus o surpreendeu, chamando-o ao sacerdócio.
Redemption and new beginnings for Anthony Federico '06. https://t.co/2tMIJND0hG pic.twitter.com/GB1XJee8sH
— PC Alumni (@PC_Alumni) 4 de outubro de 2017
Em fevereiro de 2012, Frederico cobriu um jogo do campeonato profissional de basquete nos Estados Unidos (NBA), no qual se enfretaram New York Knicks e New Orleans Hornets. A estrela da noite era Jeremy Lin, um jogador de basquete de origem asiática dos Knicks.
Naquela noite, os Knicks perderam e Federico escreveu esta frase no título da sua notícia: “Chink in the Armor”, cujo equivalente em português é “Fenda na armadura”.
O título gerou rejeição nas redes sociais porque a palavra “chink” também é usada nos Estados Unidos para se referir pejorativamente a pessoas de origem asiática, especialmente os chineses.
Federico disse a The Washington Post que recebeu muitos e-mails com mensagens agressivas e que foi demitido no trabalho que havia sonhado desde a criança.
“Todos pensavam que era uma pessoa ruim, um malvado. Foram os piores 30 dias da minha vida”, manifestou.
“Pensava que tinha tudo e que supostamente deveria ser feliz. Mas eu ficava acordado durante a noite, pensando: ‘O que falta na minha vida?’”, expressou.
Começou a fazer um voluntariado e um dia recebeu um e-mail de uma empresa que queria contratá-lo para trabalhar como consultor, porque ficaram impressionados com o fato de que conseguisse ficar tranquilo ante os ataques da mídia.
Federico contou que naquele momento começou a recordar a formação católica que recebeu no colégio e sentiu o chamado ao sacerdócio. “Recordo que, enquanto dirigia até o trabalho, pensava: ‘Deus, isso não pode de verdade. Eu sei o que o Senhor está me pedindo, mas estou envolvido na mídia. Isso é o que decidimos’”, manifestou.
O chamado do Senhor foi tão forte que ele decidiu entrar no seminário. “Quando olho para trás, acho que Deus permitiu que tudo isso acontecesse para me levar ao caminho do sacerdócio, o caminho que eu estava evitando”.
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Atualmente, Federico tem 33 anos e passou os últimos cinco anos estudando teologia na Universidade Católica do Norte de Washington. Também se dedicou a aconselhar os adolescentes, estudantes universitários, famílias que perderam seus entes queridos ou pais pela primeira vez.
O responsável pelas vocações da Arquidiocese de Hartford, onde Federico estuda atualmente, Pe. Jeff Gubbiotti, afirmou que o ex-jornalista “é um grande comunicador. É um dos seus dons”.
Manifestou que depois de conhecer o seu seminarista, tem certeza de que “Deus usa essas experiências da vida como parte de uma viagem”.
Pe. Gubbiotti comentou que o incidente midiático de Federico no canal ESPN não foi um impedimento para que os fiéis simpatizassem com ele.
“Muitos de nós, tenho certeza, passamos por momentos de incompreensão, momentos de decepção, e ele pode falar sobre essa experiência”, afirmou.
Por outro lado, Anthony Federico contou a The Washington Post que ele se encontrou com Jeremy Lin para explicar que a manchete que escreveu não tinha uma conotação racista. Ao contrário disso, referia-se às fraquezas que ele tinha como jogador na partida de basquete.
O seminarista comentou que Lin é evangélico e que, durante o seu encontro, conversaram sobre a fé em Deus.
Manifestou que hoje “estou em um lugar onde sou realmente feliz com a minha vida e emocionado por servir ao povo de Deus. Se me dissessem naquela época, eu não acreditaria. Acredito que Jesus o melhor dando segundas chances”.
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— ACI Digital (@acidigital) 11 de julho de 2017