Roma, 10 de out de 2017 às 17:30
Patrick Canac, um empresário francês de sucesso, foi batizado, mas, como muitas pessoas, com o passar dos anos afastou-se da Igreja. Entretanto, há pouco mais de um ano, viu como a sua vida deu uma volta de 180 graus: voltou para a Igreja e doou uma grande quantidade de dinheiro para a construção de um novo seminário no seu país.
Mas, qual é o motivo da sua volta à fé? O testemunho do Pe. Jacques Hamel, sacerdote assassinado em agosto de 2016 por dois jihadistas do ISIS enquanto celebrava a Missa em uma pequena cidade francesa.
“Eu fui educado na fé cristã. Recebi o batismo e todos os sacramentos de iniciação cristã, mas depois eu me afastei da prática religiosa por muito tempo”, explicou o empresário ao Grupo ACI durante uma visita a Roma.
“No ano passado, fiquei impressionado com o assassinato do Pe. Jacques Hamel em uma igreja em Rouen”. “O terror presente nesta igreja me recordou os tempos mais escuros da nossa civilização”, confessou.
Apesar de estar afastado da fé, reconhece que naquele momento pensou que todos “nós temos raízes judaico-cristãs” que “devem ser defendidas e salvas”.
“A minha reação foi imediata, foi um reflexo, como se tivessem assassinado o meu irmão. Que hoje seja possível entrar em uma igreja e matar o celebrante é algo terrível, é um horror, é o diabo que entra em uma igreja”.
“Eu reagi sem pensar. Os mesmos problemas existem no Oriente Médio, onde os cristãos são assassinados. E dentro de mim, reagi dizendo: ‘Eu sou cristão e eu tenho que fazer alguma coisa, colocar a disposição as minhas capacidades’”.
De fato, Patrick doou uma grande quantidade de dinheiro para construir o novo seminário Redemptoris Mater, em Avignon, na França. Aos poucos, o projeto começou a se tornar realidade e o Papa Francisco abençoou a primeira pedra do prédio na Audiência Geral de 4 de setembro, na Praça de São Pedro.
“Acho que é importante que nossos países ocidentais – obviamente a França – sejam evangelizados, que as pessoas sejam encorajadas a aproximar-se novamente da Igreja, porque a Igreja é o berço da nossa evangelização”.
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“Penso nos primeiros cristãos, que foram pioneiros, estes missionários e mártires que anunciaram o Evangelho em todo o mundo. E essa é a razão pela qual eu coloquei a disposição as minhas habilidades nos negócios, a fim de ajudar este projeto de construção do seminário Redemptoris Mater, em Avignon”.
O empresário sublinha que “trata-se de um projeto de formação de missionários, um projeto moderno, internacional, ecumênico, aberto ao mundo. Permite a formação de sacerdotes que irão à missão para evangelizar”.
“É um projeto de formação de missionários, de presbíteros que evangelizarão pessoas como eu para que possam voltar para a Igreja”, destacou novamente.
Além disso, considera que “é importante na situação atual da França, que está ameaçada”. “Depois do assassinato do Pe. Hamel, sinto que a nossa civilização judaico-cristã está sendo ameaçada. Tudo o que contribui na formação das pessoas que anunciarão o Evangelho, uma palavra cristã de paz e de amor deve ser ajudado”, reconheceu.
Também não pode esquecer que foi o próprio Papa Francisco que autorizou o início do processo de beatificação do sacerdote assassinado sem ter que esperar 5 anos após sua morte.
“Concordo totalmente com a proposta do Papa Francisco. O Pe. Hamel é um mártir. O que eu conheci a respeito do seu comportamento antes de ser assassinado é que ele é um verdadeiro cristão, digno de um mártir. Ele tentou convencer os seus assassinos de que estavam fazendo o mal. A sua atitude foi extraordinária e exemplar para todos, cristãos e não cristãos”, sublinhou visivelmente emocionado.
Confira também:
Abrem causa de beatificação de Pe. Jacques Hamel, assassinado pelo Estado Islâmico https://t.co/o4C6iLxg2U
— ACI Digital (@acidigital) 18 de abril de 2017