Vaticano, 11 de out de 2017 às 15:30
O Papa Francisco aprovou o decreto que reconhece o martírio do Pe. Tullio Maruzzo, sacerdote franciscano, e do leigo Luis Obdulio Arroyo Navarro, assassinados por ódio à fé em 1º de julho de 1981, na Guatemala.
O Santo Padre assinou o decreto em 9 de outubro, depois de receber em uma audiência o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Pe. Maruzzo chegou à Guatemala em janeiro de 1960, procedente da Itália. Serviu em diferentes paróquias até que foi enviado à San José, que contava com 50 aldeias.
O sacerdote as visitava pelo menos três vezes por ano. Era simpático, não rechaçava ninguém e passava muitas horas ouvindo os camponeses e os conhecia pelo seu nome.
A situação social e política na Guatemala estava piorando; as forças políticas se radicalizavam e consideravam o opositor como um adversário que devia ser eliminado.
Na região de Izabal, onde Pe. Maruzzo servia, os camponeses viam como algumas pessoas lhes tiravam as terras que eles haviam transformado em áreas de cultivo.
Apoiados pela força militar, essas pessoas se apresentavam e despojavam de suas terras os camponeses, que não tinham outra opção a não ser começar a trabalhar como peões para o novo proprietário ou emigrar a outras terras.
Pe. Tulio começou a ajudar os camponeses, a fim de que legalizassem as terras que cultivavam. Mas isso não passou despercebido para os militares e comissários que queriam ficar com as terras que já tinham sido cultivadas; por isso, começaram a ameaçá-lo. Logo depois, caluniaram e acusaram Pe. Tulio de colaborar com a guerrilha.
Os seus superiores, temendo pela sua vida, transferiram-no para a Paróquia do Sagrado Coração de Quiriguá. Pe. Tulio não estava de acordo em abandonar seu rebanho; mas obedeceu, em 14 de maio de 1980.
As calúnias e ameaças continuaram nesse lugar. Em 1º de julho de 1981, às 22h30, depois de acompanhar alguns dos fiéis até a sua casa na Aldeia Pueblos Nuevos, Pe. Tulio Maruzzo e o leigo Luis Obdulio Arroyo Navarro, que dirigia o carro, caíram em uma emboscada e foram assassinados.
Outros decretos
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O Papa Francisco também assinou os decretos que reconhecem as virtudes heroicas de:
- Servo de Deus Donizetti Tavares de Lima, sacerdote diocesano; nasceu em 3 de janeiro de 1882 em Cássia (Brasil) e morreu em 16 de junho de 1961 em Tambaú (Brasil).
- Servo de Deus Serafin Kaszuba (no século Alojzy Kazimierz), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 17 de junho de 1910 em Zamarstynów, perto de Lviv (atual Ucrânia) e assassinado em 20 de setembro de 1977 em Lviv (Ucrânia).
- Servo de Deus Magin Morera e Feixas, sacerdote professo da Congregação da Sagrada Família de Jesus, Maria e José; nascido em 16 de novembro de 1908 em Sant Matu de Bages (Espanha) e falecido em 28 de junho de 1984 em Barcelona (Espanha).
- Serva de Deus Maria Lorenza Requenses de Longo, fundadora do Hospital dos Incuráveis de Nápoles e das Religiosas Capuchinhas; nasceu em 1463 perto de Lleida (Espanha) e morreu em 21 de dezembro de 1539, em Nápoles (Itália).
- Serva de Deus Françoise du Saint Esprit (no século Carol Baron), fundadora da Ordem Terceira de São Francisco de Montpellier; nasceu em 12 de dezembro de 1820 em Mailhac (França) e morreu em 28 de dezembro de 1882, em Saint-Chinian (França).
- Serva de Deus Elzbieta Róza Czacka, fundadora da Congregação dos Servas Franciscanas da Cruz; nasceu 22 de outubro de 1876 em Bia?ej Cerkwi (atual Ucrânia) e morreu em 15 de maio de 1961, em Laski (Polônia).
- Servo de Deus Francesco Paolo Gravina, leigo, fundador da Congregação das Irmãs da Caridade de São Vicente; nasceu em 5 de fevereiro de 1800 em Palermo (Itália) e morreu em 15 de abril de 1854, em Palermo (Itália).
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— ACI Digital (@acidigital) 10 de outubro de 2017