PARIS, 18 de out de 2017 às 06:00
A Basílica do Sagrado Coração, um dos lugares mais emblemáticos da cidade de Paris, foi iluminada de vermelho por 24 horas, em honra aos mártires cristãos no mundo e para pedir respeito pela liberdade religiosa.
Esta homenagem foi realizada em 12 de outubro e foi organizada pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na França, por ocasião dos 70 anos da sua criação.
Em um comunicado de imprensa, indicaram que o objetivo era “alertar as pessoas sobre a degradação da liberdade religiosa no mundo”.
“Foi um sinal forte para homenagear todos aqueles que derramaram o seu sangue pela fé e rezar por aqueles que, ainda hoje, devem praticar a sua religião secretamente”, destacaram.
Escolheram este local porque, perguntaram-se: “Qual é lugar mais visível de Paris do que a basílica de Montmartre?”.
O diretor da ACN França, Marc Fromager, indicou que esse gesto também busca refletir sobre o vínculo “entre o respeito pela liberdade religiosa e a paz”. Acrescentou que a liberdade religiosa não deve ser considerada um conceito simples, mas “uma aposta vital para todos”.
Junto com a iluminação do templo, que começou às 19h (hora local), também foi celebrada uma Missa, houve uma vigília de oração, um espetáculo de sombras e um espaço para responder algumas perguntas sobre a perseguição dos cristãos no mundo.
Fromager disse ao jornal ‘Valeurs Actuelles’ que “infelizmente é evidente que o direito fundamental da liberdade religiosa está sendo questionado em vários países, principalmente por motivos políticos, geralmente ditaduras ou regimes unipartidários, muitas vezes de inspiração marxista; ou por motivos religiosos”.
Em seguida, destacou que “há um aumento no fundamentalismo religioso”, especialmente no hinduísmo, que afeta os cristãos na Índia, e no islamismo “que afeta populações muito maiores, começando pelos próprios muçulmanos”.
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Nesse sentido, Fromager afirmou que “os cristãos são as principais vítimas da ausência da liberdade religiosa no mundo” e que “a multiplicação de conversões às vezes acaba criando tensões que se traduzem em restrições à liberdade religiosa”.
“Por exemplo, calcula-se que aproximadamente 15 mil chineses se convertem ao cristianismo todos os dias! Neste contexto, entende-se a preocupação do Partido Comunista Chinês e suas razões para manter uma política muito restritiva em termos de liberdade religiosa”, comentou o diretor da ACN França.
A Basílica do Sagrado Coração não foi o único lugar emblemático do mundo que foi iluminado de vermelho em honra aos mártires. Em abril de 2016, também iluminaram a Fontana de Trevi, em Roma.
Em novembro daquele ano, somaram-se na cidade de Londres (Inglaterra) a Abadia de Westminster, o Centro Islâmico Iman Khoei e a Sinagoga Liberal Judaica. Em outubro de 2015, a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, também foi iluminada de vermelho.
Em seu relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, divulgado em novembro de 2016, a ACN assinalou que atualmente 334 milhões de cristãos são perseguidos e discriminados.
Os países onde há maior perseguição são: Afeganistão, Arábia Saudita, Coreia do Norte, Iraque, Nigéria, Síria e Somália.
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— ACI Digital (@acidigital) 20 de setembro de 2017