Na abertura do Congresso Internacional “Dignidade, infância e inclusão social” que acontece na Bolívia, o Secretário Geral da Conferência Episcopal do país, Dom Aurelio Pesoa, manifestou que “a América Latina está deixando a sua própria cultura” por uma “ideologia colonizadora” que promove o aborto e ataca a família.

Dom Aurelio Pesoa disse que “quando se perde de vista a experiência religiosa, também se perde o respeito pela dignidade da vida”.

“A ideologia despenalizadora do aborto só pode ser qualificada como uma ideologia colonizadora. E como se trata de uma ideologia, não nos surpreende que a receita de um país se repita exatamente da mesma maneira nos outros, uma situação que a América Latina vive intensamente, deixando de lado a sua própria cultura para aderir a uma aparente modernidade que se opõe fortemente à pessoa e ao seu desenvolvimento”, denunciou o Prelado.

O também Bispo Auxiliar da La Paz manifestou que o aborto é um “desconhecimento do direito à vida. Por isso, há países que estão aprovando normas e promovendo políticas públicas que procuram ignorar o direito à vida dos mais inocentes, em diferentes etapas da gestação, respondendo – deste modo – a interesses que submetem inclusive o poder político, os governos e os países”.

A Igreja Católica, em sua “busca incessante a fim de que todo ser humano receba um cuidado digno e o respeito aos direitos fundamentais”, também “defende e promove o papel dos pais de família na educação dos valores dos filhos, responsabilidade educacional que não pode ser substituída, muito menos eliminada pelo Estado”.

Por sua parte, o professor emérito da Pontifícia Universidade Católica Argentina, Rodolfo Vigo, afirmou que “ninguém pode decidir sobre a vida do outro”, os direitos humanos que todas as pessoas têm desde a sua concepção “não podem nem devem ser negociados”.

“No dia em que comecemos a negociar o direito à vida, estamos no abismo, ainda parece mais fácil aceitar a escravidão”, lamentou.

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Entretanto, a especialista colombiana em Direitos Humanos, a advogada Ilva Miriam Hoyos, disse a Radio Erbol que “o Estado não pode ser neutro” frente à vida e à família, pelo contrário, deve “tomar partido em ambos”.

Hoyos fará uma apresentação nesta sexta-feira sobre “Dignidade e família na jurisprudência constitucional colombiana” e lamentou que “a globalização tenha adiado a dimensão da dignidade humana, abrindo o caminho para a vontade de decidir sobre a vida sem considerar o outro”.

Mais de 20 expositores da Argentina, Espanha, Colômbia e Bolívia participam do evento pró-vida entre os dias 18 e 20 de outubro, na Universidade Católica Boliviana São Paulo.

Seu objetivo é analisar e dialogar sobre o direito à vida, a dignidade humana, a infância e a inclusão social e contribuir para a deliberação legislativa.

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