ROMA, 22 de jun de 2005 às 12:17
O vaticanista italiano do semanário L'Espresso, Sandro Magister, deu a conhecer nessa quarta-feira uma pouco conhecida conferência pronunciada recentemente pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário do Papa para a Cidade de Roma, em que assinala que é o momento de rescrever a história do Vaticano II "desde a verdade".
Magister revela no seu artigo que o Cardeal Ruini pronunciou uma forte alegação por escrito contra a manipulação do Concílio Vaticano II o passado 17 de junho, durante a presentação de um livro histórico do Concílio escrito pelo historiador e bispo italiano Agostino Marchetto.
"O Cardeal Ruini, escreve Magister- apresentou o livro de Marchetto como uma obra abertamente contraposta à interpretação do Vaticano II que monopolizou a historiografia católica mundial: a coleção de cinco volumes "História do Concílio Vaticano II” dirigida por Giuseppe Alberigo e publicada em seis idiomas entre 1965 e 2001".
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Segundo Magister, a nova obra apresentada pelo Ruini se opõe abertamente a interpretação promovida na Itália após o Concílio -e difundida pelo mundo- por Giuseppe Dossetti, segundo a qual o importante do Concílio não seriam seus textos, mas sim "seu espirito", cujo representante séria o Papa João XXIII.
Este 'espírito' ficaria aberto a qualquer interpretação subjetiva da Igreja, e teria como supostos "inimigos" ao Papa Paulo VI e aqueles que historicamente quiseram aplicar a verdadeira reforma conciliar.
Contudo, segundo Magister, o Cardeal Ruini demonstrou durante seu discurso, que o Concílio Vaticano II não marco uma ruptura com a tradição da Igreja, mas sim uma continuidade, defendida inclusive pelo próprio Papa João XXIII. Em seu artigo, o vaticanista explica como "Ruini responde à contraposição entre o João XXIII e Paulo VI produto da chamada 'Escola de Bologna'," e inclusive augura seu próximo ocaso. O artigo de Magister pode ser lido completo na sua versão em inglés em: www.chiesa.espressonline.it/index.jsp?eng=y