SANTIAGO, 7 de nov de 2017 às 14:00
Pe. Jesús Morán, membro e copresidente do Movimento dos Focolares, que completou 50 anos de fundação no Chile, explicou como a Igreja pode enfrentar as sociedades secularizadas.
O sacerdote disse ao Grupo ACI que “há alguns países que estão vivendo um processo de exculturação”, ou seja, o rechaço da “encarnação do anúncio na cultura, dos grandes valores do humanismo cristão”.
“Se não ouvimos o mundo, corremos o risco de oferecer respostas erradas”. Isto, por exemplo, “é o grande drama da Igreja na Europa”.
Para evangelizar o mundo atual, explicou o sacerdote, os movimentos eclesiais devem ser fiéis ao seu carisma e buscar os modos para fazê-lo cada vez mais fértil. Este processo, indicou, pode ser realizado com um conceito de São João Paulo II conhecido como a “fidelidade criativa”.
Em primeiro lugar, destacou Pe. Morán, é necessário ir “às fontes, ou seja, ao Evangelho e ao carisma”, através da revelação dada por Deus. Além disso, é necessário “ouvir os sinais dos tempos, a linguagem do homem de hoje”.
Em segundo lugar, “entra em jogo a criatividade, como um impulso do Espírito Santo” para enfrentar o desafio de “recriar a cultura cristã em um mundo diferente, colocando em prática a técnica de Jesus, que são os encontros significativos com as pessoas”.
Ou seja, “fazer com que Jesus esteja vivo nas comunidades, nas paróquias, nos movimentos, porque de outra maneira não temos receptividade”.
“Esses encontros significativos são o futuro da Igreja nas sociedades secularizadas”, enfatizou Pe. Morán.
O copresidente do Movimento dos Focolares manifestou sua alegria pelo seu movimento que “sempre procurou ser um sinal de unidade e de fraternidade em um país que sofreu muitas divisões”.
Os 50 anos do movimento no Chile constituem “uma ótima oportunidade para agradecer a Deus por tantas pessoas que entregaram suas vidas por esse ideal de unidade”.
“Para poder ouvir o homem de hoje, acho que também adquiriram a maturidade para ser um sinal visível e efetivo, a fim de poder ser mais incisivos na sociedade”, concluiu.
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Meio século
O Movimento dos Focolares chegou ao Chile em 1967 com o apoio do Bispo de Osorno, naquela época, Dom Francisco Valdés Subercasseaux.
Pe. Morán viveu no Chile durante 23 anos e chegou ao país para comemorar 50 anos de vida com o lançamento de seu livro “Fidelidade criativa, o desafio da atualização de um carisma”, em 2 de fevereiro deste ano, na Pontifícia Universidade Católica do Chile.
A reflexão do Pe. Moran está baseada na sua experiência como membro do Movimento dos Focolares, fundado pela italiana Chiara Lubich em 1943, em Trento, na Itália.
Os seus membros estão em todos os lugares da sociedade, consagrados e leigos, vivem uma espiritualidade de comunhão e promovem a construção de um mundo mais unido, motivado pela oração de Jesus ao Pai: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21).
Alguns movimentos eclesiais e novas comunidades de leigos surgiram na Igreja como consequência do Concílio Vaticano II.
Estas realidades receberam o encorajamento de São João Paulo II, especialmente no Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais de 1998; de Bento XVI, especialmente em Pentecostes de 2006; assim como do Papa Francisco, que recebe alguns Movimentos eclesiais anualmente.
Confira também:
Especialistas propõem alternativas para enfrentar a onda de secularização que assola os países da América Latina.https://t.co/7tdhbTjLa0 pic.twitter.com/RaeSYXcR8E
— ACI Digital (@acidigital) 29 de novembro de 2016