VATICANO, 13 de nov de 2017 às 09:50
Depois de rezar o Ângelus no domingo, 12 de novembro, o Papa Francisco agradeceu pela beatificação dos 60 mártires assassinados em Madri, durante a Guerra Civil Espanhola entre 1936 e 1937 por ódio à fé cristã.
“Ontem em Madri foram proclamados beatos Vicente Queralt Lloret e 20 companheiros mártires, e José Maria Fernández Sánchez e 38 companheiros mártires. Alguns novos beatos eram membros da Congregação da Missão: sacerdotes, irmãos coadjutores, noviços; outros eram leigos pertencentes à Associação da Medalha Milagrosa”, assinalou o Santo Padre.
Também destacou que “todos foram assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa que ocorreu durante a Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1937. Agradecemos a Deus pelo grande dom dessas testemunhas exemplares de Cristo e do Evangelho”.
Os mártires foram beatificados no sábado, 11 de novembro, em uma cerimônia presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, na capital da Espanha.
Em sua homilia, o Cardeal assinalou que “muitas vezes na Espanha existem beatificações da fatídica perseguição religiosa entre os anos 1936 e 1937. A Igreja comemora estes acontecimentos com dois propósitos: para convidar os acólitos a permanecer fiéis à fé e para exortar todos a evitar o terror daqueles anos sombrios que cobriam a nossa bela pátria do sangue de pessoas inocentes e indefesas”.
O Cardeal Amato recordou como foram martirizados o Pe. Vicente Queralt e o leigo Rafael Lluc, que lideraram o grupo beatificado.
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O Pe. Vicente Queralt “foi denunciado durante a perseguição por uma conhecida, sequestrado em novembro de 1936 e fuzilado no mesmo dia. Perguntavam o motivo do assassinato e o chefe das patrulhas marxistas respondeu: ‘Ele era sacerdote, você não acha que essa razão era suficiente?’”.
Em relação ao leigo Rafael Lluc, de 19 anos, que trabalhava em uma farmácia na cidade de Picassent, na cidade de Valencia (Espanha), o Cardeal recordou que “um dia chegaram ao povoado milicianos que registraram as casas e queimaram documentos e imagens sagradas. Eles entraram na farmácia gritando e blasfemando. Rafael respondeu: ‘Aqui não podem blasfemar, eu sou responsável e não podem blasfemar’”.
“O jovem tinha um calendário no laboratório com a imagem da Virgem e pediu aos milicianos que não a profanassem, isso deixou um miliciano furioso, que o amaldiçoou e estimulou os seus companheiros a prender o jovem e condená-lo à morte. Ele foi assassinado em 15 de outubro de 1936 enquanto gritava: ‘Viva Cristo Rei’”.
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— ACI Digital (@acidigital) 12 de novembro de 2017