WASHINGTON DC, 13 de nov de 2017 às 11:00
Um bebê nascido nos Estados Unidos com 21 semanas de gestação desafia a ciência e já completou 3 anos de idade.
Courtney Stensrud e seu esposo asseguram que a sua filha é um “bebê milagre”. E eles têm toda razão.
Os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) advertem que “os bebês nascidos muito cedo (especialmente antes da 32 semanas) têm índices mais altos de morte e deficiência”.
Atualmente, considera-se que o bebê é viável, embora com muitas dificuldades, desde as 24 semanas de gestação. Há casos relatados desde as 22 semanas, mas o bebê dos Stensrud não chegou a ter tanto tempo de gestação quando nasceu.
A idade fetal recomendada para o parto é entre 39 e 40 semanas.
O bebê Stensrud, de acordo com os cientistas que publicaram seu caso na revista da Academia Americana de Pediatras, “pode ??ser a sobrevivente mais prematura até hoje”.
Born before 22 weeks, 'most premature' baby is now thriving: https://t.co/kXyJsPcaUD pic.twitter.com/TidSMkFhzw
— CNN Health (@cnnhealth) 8 de novembro de 2017
As complicações próprias do parto prematuro exigiriam que o bebê fosse submetido à reanimação médica.
Entretanto, como os cientistas explicam em sua publicação, “atualmente, tanto as sociedades obstétricas quanto os pediatras aconselham avaliar a viabilidade ou tentar fazer a reanimação antes das 22 semanas de gestação”.
O Dr. Kaashif Ahmad, neonatologista que atendeu Courtney e o seu bebê no Methodist Children's Hospital, em San Antonio, Texas, e autor principal do estudo publicado na revista pediátrica, começou a consolá-la pela sua perda. Mas ela não se deu por vencida.
Como recordou em declarações à CNN, enquanto o médico conversava com ela, “apenas disse, ‘você tentará? ’, e ele disse que sim. “Três anos depois, temos o nosso pequeno bebê milagre”.
“Não conto muito a sua história, mas quando a conto, as pessoas se surpreendem”, assegurou.
“Se alguma mulher, antes do parto, está pesquisando no Google, pode encontrar esta história e pode encontrar um pouquinho de esperança e de fé”, disse.
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Ela mesma passou por esta situação. E encontrava casos de bebês de 22 semanas ou mais. Mas o seu bebê tinha apenas 21 semanas e quatro dias. Quando a pequena nasceu, pesava apenas 425 gramas.
Embora tenha recebido o consolo do médico, e a sua advertência sobre a pequena chance do seu bebê sobreviver, “só senti algo dentro de mim, ‘apenas tive fé e esperança’. Eu não me preocupava que ela tivesse apenas 21 semanas e quatro dias. Eu não me preocupava”.
Dr. Ahmad disse que “devemos ser muito cuidadosos sobre generalizar um bom resultado para uma população maior”.
“Nós relatamos esse caso porque depois desta reanimação ela reagiu bem, mas poderia ter sido apenas um caso extraordinário e que não devêssemos esperar o mesmo resultado de outros bebês”, assinalou.
“Precisamos aprender mais antes de tirar qualquer conclusão”, acrescentou.
Mas o médico destacou os avanços da tecnologia no cuidado dos bebês prematuros nos últimos 50 anos.
Em 1963, recordou, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, teve um filho prematuro com a sua esposa, Jackie.
O bebê tinha apenas 34 semanas de gestação e teve “uma complicação respiratória”, que “para nós seria uma rotina muito fácil de atender”.
“Naquela época, há mais de 50 anos, a tecnologia e os medicamentos disponíveis não eram suficientes para salvá-lo e faleceu alguns dias depois”, disse o Dr. Ahmad.
Por sua parte, Courtney Stensrud espera que o caso da sua filha inspire e sirva de esperança para “outros pais no mundo inteiro”.
“A partir do momento em que ela entrou neste mundo, ela sempre quis viver. Agora vive a vida”, assinalou.
Confira também:
Médicos propuseram o aborto dizendo que esta bebê não viveria. Hoje ela desafia a ciência https://t.co/17686c9Y3O
— ACI Digital (@acidigital) 11 de dezembro de 2015