PANAMÁ, 14 de nov de 2017 às 14:00
A Arquidiocese do Panamá reconheceu em um comunicado que recebeu uma doação da empresa brasileira Odebrecht.
Em um comunicado publicado no seu site, a Arquidiocese explicou que “a doação voluntária da empresa foi realizada em um momento em que ainda não havia sido questionada judicialmente”.
A companhia Odebrecht, uma das maiores empresas de construção da América Latina, atualmente está envolvida em escândalos de corrupção em vários países, com acusações contra políticos de alto nível e inclusive presidentes.
A imprensa panamenha divulgou recentemente informações sobre doações da empresa brasileira a campanhas do partido Panamenho, do atual presidente do país, Juan Carlos Varela.
Em declarações à imprensa local em 9 de novembro, Varela assegurou que não recebeu dinheiro da Odebrecht durante a sua campanha presidencial em 2014, mas reconheceu que houve contribuições de forma indireta para a sua candidatura a vice-presidente em 2009.
Essas contribuições, disse, foram feitas “quando esta empresa ainda não estava sendo investigada em nenhum tema irregular”.
Varela assegurou que assim como o seu partido, a mídia e até mesmo a Igreja Católica receberam dinheiro da Odebrecht, pois “era um ator importante na economia do país e não se sabia que estava envolvida em temas irregulares”.
Depois das declarações de Varela, a Arquidiocese do Panamá assinalou que “a Igreja serve ao Povo de Deus graças à Providência, que se expressa nas doações feitas por pessoas físicas e jurídicas”.
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“Essas doações à Igreja Arquidiocesana estão sujeitas a um relatório que deve ser enviado à Direção Geral de Renda (DGI) onde podem ser consultadas. Deste modo, mostra-se a transparência no uso desses recursos”.
A Arquidiocese do Panamá assegurou que “as doações recebidas pela Igreja são usadas ??para obras sociais em favor das crianças, alguns órfãos, idosos, doentes, pacientes com HIV e dependentes químicos, assim como para a restauração dos templos”.
Além disso, pediu aos panamenhos que “mantenham a serenidade para atender com a capacidade de escuta o processo judicial que está sendo realizado”.
“Não podemos nos distrair do objetivo principal desse processo, que é conhecer a verdade, e para conhecer a verdade, devemos seguir os procedimentos legais com honestidade e transparência”.
“Evitemos cair na tentação de converter essa situação em um simples acontecimento da mídia, porque é muito mais do que isso, e exige a atenção e cuidado da cidadania, pois é um caso emblemático e delicado, não só para o país, mas para o mundo”, assegurou a Arquidiocese panamenha.
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— ACI Digital (@acidigital) 28 de agosto de 2017