Roma, 22 de nov de 2017 às 13:00
Os Bispos de Zimbábue, na África, pediram “manter os interesses da nação como prioridade”, diante da crise política e da recente renúncia do presidente Robert Mugabe, que não deixou nenhum sucessor ao poder.
Mugabe tem 93 anos, governou o país durante 37 anos e era o único líder da nação desde sua independência do Reino Unido.
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— 800 Noticias (@800Noticias) 21 de novembro de 2017
O ex-presidente causou polêmica depois de demitir, no início de novembro, o vice-presidente Emmerson Mnangagwa para dar este cargo à sua esposa. Esta decisão fez com que os militares realizassem em 15 de novembro um golpe de Estado e colocassem Mugabe sob prisão domiciliar.
Quatro dias depois, o partido União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (ZANU-PF) demitiu Mugabe como seu líder e pediu que renunciasse à presidência.
Mugabe apresentou a sua carta de demissão em 21 de novembro e não propôs nenhum sucessor. Esta notícia foi recebida positivamente pelos zimbabuanos, que celebraram nas ruas de várias cidades do país.
Em meio às tensões políticas, em 19 de novembro, os Bispos do Zimbábue divulgaram um comunicado, pedindo “às pessoas que são fundamentais nesses processos delicados (especialmente à Força de Defesa do Zimbábue e aos líderes políticos) que mantenham os interesses da nação como prioridade”.
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De acordo com a agência vaticana Fides, os bispos pediram que os líderes do país “continuem trabalhando incansavelmente a fim de que a crise tenha um final pacífico e para voltar rapidamente à normalidade e à ordem constitucional”.
“Além disso, imploramos a todos os líderes de opinião, a todos os meios de comunicação e a toda a população para que se abstenham de comportamentos e declarações que aumentem a tensão, gerem ódio ou inflamem as emoções. Não apoiamos o sensacionalismo, as notícias falsas e todas as formas de ódio nos meios, pois estas ameaçam gravemente a tranquilidade do processo em andamento e a sustentabilidade da paz”, expressaram.
Os prelados também pediram para “levar em consideração o fato de que, além daqueles que tomaram medidas e estão envolvidos neste processo delicado que está em andamento, toda a população está preocupada com este processo e com o futuro do país”.
Afirmaram que a estabilidade da nação “só pode ser alcançada através de pessoas inclusivas e de processos de participação em um caminho democrático” e que “o país deve desenvolver uma cultura de eleições livres e justas, referendos e consultas”.
Os Bispos do Zimbábue concluíram a sua mensagem pedindo orações pelo futuro e exigindo que os acusados ??dos crimes sejam julgados pelos tribunais.
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— ACI Digital (@acidigital) 21 de novembro de 2017