O Ministério de Cultura, Turismo e Esporte da Junta de Andaluzia multou em 170 mil euros (mais de 199 mil dólares) as religiosas clarissas do convento de Santa Inês, na cidade de Sevilha, Espanha, por ter restaurado o órgão da igreja do convento sem a permissão do governo andaluz.

O órgão que elas restauraram inspirou “a lenda de Maese Pérez, o organista”, do escritor Gustavo Adolfo Béquer. O convento de Santa Inês é um Bem de Interesse Cultural (BIC) da Junta de Andaluzia desde 1983, assim como o órgão, que está dentro do convento.

Agora, as 13 religiosas clarissas do convento de Santa Inês, que vivem de doações e vendendo doces, enfrentam a ruína ao terem que pagar esta multa.

As religiosas pediram várias vezes a permissão do governo andaluz para restaurar o órgão, mas nunca receberam uma resposta. Por isso, decidiram aceitar a oferta do restaurador Abraham Martínez. A Fundação Alquimia Musicae arcaria com os gastos da restauração e pagaria Abraham Martínez.

A Junta de Andaluzia fez uma visita ao convento em 17 de outubro e comprovaram que o órgão não estava em seu lugar, por isso, as religiosas teriam cometido uma infração ao levar o órgão da igreja do convento de Santa Inês para a oficina de restauração “sem notificação prévia ao Ministério responsável pelo patrimônio histórico”, e devem pagar uma multa de 20 mil euros.

Os 150 mil euros restantes da multa são devido a restauração integral sem a autorização da Junta de Andaluzia.

Depois que as religiosas fizeram a restauração e foram multadas, a Junta de Andaluzia decidiu aprovar a restauração do órgão, para a qual não se pronunciou anteriormente, porque correspondia ao governo andaluz pagar por isso. Entretanto, ainda mantém a multa de 170 mil euros às religiosas.

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Até agora, mais de 33 mil pessoas se uniram para pedir que a Junta de Andaluzia retire a multa imposta por ser injusta e excessiva.

O jornal ‘ABC’ explica que fontes próximas às religiosas criticam o fato de que a Junta de Andaluzia “não restaure o órgão nem permita que outros o façam e castigue as religiosas com uma multa exorbitante que não podem pagar”.

As mesmas fontes asseguram que esta multa pretende prejudicar economicamente as religiosas, pois a Junta de Andaluzia gostaria de assumir o controle de todo o convento, localizado no centro da cidade de Sevilha (Espanha).

As religiosas haviam cedido, há alguns anos, uma sala à Junta de Andaluzia, que tinha um uso cultural. As religiosas tinham a possibilidade de impedir qualquer exposição que fosse realizada no local, se considerassem inapropriadas.

Há alguns meses, a última exposição exibida nessa sala do convento incluía “nudez artística”,  que as religiosas consideravam inapropriadas. Nesse caso, não exerceram o seu direito de veto.

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