O Papa Francisco pediu, em um discurso pronunciado no Vaticano ante membros da Família Franciscana, viver como “irmãos menores”, criando um lugar de encontro e comunhão com Deus, com os irmãos e com a criação que permite fugir do orgulho e da mundanidade.

O Santo Padre refletiu sobre o adjetivo “menor” usado por São Francisco para se referir aos frades franciscanos. “Em sua forma de vida, o adjetivo ‘menor’ qualifica o substantivo ‘irmão’, dando ao vínculo da fraternidade uma característica e qualidade própria: não é a mesma coisa dizer ‘irmão’ e dizer ‘irmão menor’. Por isso, falando de fraternidade é preciso considerar esta característica típica franciscana da relação fraterna que exige de vocês um relacionamento de ‘irmãos menores’”.

“Este é para vocês como um lugar de encontro e comunhão com Deus; como lugar de encontro e comunhão com os irmãos e com todos os homens e mulheres; como lugar de encontro e comunhão com a criação”.

“A ‘minoridade’ é um lugar de encontro com Deus”, repetiu o Pontífice. “Caracteriza de maneira especial a relação de vocês com Deus. Para São Francisco, o homem não é dono de nada, exceto dos seus próprios pecados, e seu valor é este diante de Deus e mais nada. Por isso, a sua relação com ele deve ser como a de uma criança: humilde e confiante”.

Por isso, o Santo Padre os advertiu sobre o “orgulho espiritual, o orgulho fariseu, o pior tipo de mundanidade”.

Em relação à “minoridade” como lugar de encontro com os irmãos, o Pontífice assinalou que se refere à “minoridade” que se vive, “em primeiro lugar, em relação aos irmãos que nos foram confiados, evitando qualquer comportamento de superioridade”.

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“A necessidade de expressar a fraternidade em Cristo – continuou – favorece que as suas relações interpessoais sigam o dinamismo da caridade. Enquanto a justiça os leva a reconhecer os direitos de cada um, a caridade transcende esses direitos e os chama a uma comunhão fraterna”.

Esta “minoridade”, além de ser vivida em relação aos irmãos, também é vivida em relação “a todos os homens e mulheres que podem encontrar no mundo”. “Abram os seus corações e abracem os leprosos e depois de ser conscientes da misericórdia que o Senhor lhes deu, aproveitem esta misericórdia”.

Finalmente, em relação à “minoridade” como lugar de encontro com a criação, o Santo Padre indicou que, “diante da deterioração global do ambiente, peço a vocês para que, como filhos de São Francisco, entrem em diálogo com toda a criação, oferecendo-lhe a sua voz para louvar o Criador, e como fazia São Francisco, superando todo cálculo econômico ou romantismo irracional”.

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