Vaticano, 30 de nov de 2017 às 13:53
No seu primeiro dia em Bangladesh, o Papa Francisco mencionou o drama dos rohingya, entre eles, calcula-se que 600 mil fugiram de Mianmar para este país asiático, e pediu à comunidade internacional impedir a crise humanitária.
No discurso às autoridades, ao corpo diplomático e à sociedade civil do país, o Papa recordou que “nos últimos meses, o espírito de generosidade e solidariedade, sinais caraterísticos da sociedade do Bangladesh, no seu ímpeto humanitário a favor dos refugiados chegados em massa do Estado de Rakhine, proporcionando-lhes abrigo temporário e provisões para as necessidades primárias da vida”.
“Isto foi conseguido à custa de não pouco sacrifício; e foi realizado também sob o olhar do mundo inteiro. Nenhum de nós pode deixar de estar consciente da gravidade da situação, do custo imenso exigido de sofrimentos humanos e das precárias condições de vida de tantos dos nossos irmãos e irmãs, a maioria dos quais são mulheres e crianças amontoados nos campos de refugiados”.
Portanto, “é necessário que a comunidade internacional intensifique as medidas resolutivas diante desta grave crise, não só trabalhando por resolver as questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material ao Bangladesh no seu esforço por responder eficazmente às urgentes carências humanas”.
Por outro lado, pediu “um clima crescente de diálogo inter-religioso”, porque, em sua opinião, “isto permite aos crentes expressar livremente as suas convicções mais profundas sobre o significado e a finalidade da vida. Assim podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura para uma sociedade justa e pacífica”, acrescentou.
Francisco recordou que tanto Paulo VI como São João Paulo II já visitaram o país, e assegurou que apesar de ser “um Estado jovem”, “ocupou sempre um lugar especial no coração dos Papas, que desde o princípio expressaram solidariedade ao seu povo, procurando acompanhá-lo na superação das dificuldades iniciais e apoiando-o na tarefa exigente da construção da nação e do seu desenvolvimento”.
“Bangladesh é uma nação que se esforça por alcançar uma unidade de linguagem e cultura com o respeito pelas diferentes tradições e comunidades, que fluem como inúmeros ribeiros vindo enriquecer o grande curso da vida política e social do país”.
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Sobre os “poucos” católicos do país, afirmou que “procuram desempenhar um papel construtivo no desenvolvimento da nação, especialmente através das suas escolas, clínicas e dispensários”.
“A Igreja aprecia a liberdade que beneficia toda a nação de praticar a sua fé e realizar as suas obras sócio-caritativas, incluindo a de oferecer aos jovens, que representam o futuro da sociedade, uma educação de qualidade e um exercício de valores éticos e humanos sadios”.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de novembro de 2017