MADRI, 5 de dez de 2017 às 18:00
Nathalie de Williencourt é lésbica e se opõe ao casamento homossexual, apesar de enfrentar o rechaço do lobby gay, e assegura que “a diferença sexual é irredutível” e fundamental na sociedade.
Nathalie é a fundadora da Homovox, um grupo que busca dar voz aos homossexuais que não se sentem representados pelos grupos LGTB (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais).
Ela é lésbica, mas assegura ser contra a igualdade do matrimônio às uniões de casais homossexuais e também à adoção de crianças por estes casais. Esta opinião fez com que fosse rechaçada por muitos coletivos ligados ao lobby gay.
Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, De Williencourt assegurou que, assim como existem leis para evitar a homofobia, também são necessárias outras leis “que encorajem (os casais gays) a comprometer-se fielmente se desejarem. Mas as leis devem ser diferentes para casais de homens e mulheres e casais do mesmo sexo; caso contrário, estamos na ideologia de gênero que afirma que a diferença entre homens e mulheres não é fundamental para a humanidade”.
Williencourt insistiu que “o Estado pode oferecer a esses casais um contrato, mas deve ser absolutamente diferente do contrato de matrimônio que deve ser reservado entre um homem e uma mulher. A diferença dos sexos é irredutível”.
Nesse sentido, a fundadora da Homovox insistiu que “a justiça e a caridade com as pessoas homossexuais deve acolhê-las como são, sem julga-las” e destacou que “todas as pessoas homossexuais devem ser ouvidas”, pois nem todas pensam a mesma coisa.
Em seguida, Williencourt disse que, segundo ela, a adoção é “dar pais a crianças que foram privadas dos seus pais e não o contrário. Porque ele é o mais fraco (a criança) e deve ser favorecido por uma questão de justiça” e observou que “se uma criança não tem pai e não tem mãe, é melhor seja acolhido por um casal formado por um homem e uma mulher, em condições iguais”.
Também insistiu que a sociedade deve saber que existem homossexuais que se afastam dos postulados LGBT e que reconhecem a sua atração por pessoas do mesmo sexo e também “defendem o ‘direito da criança’, antes do ‘direito à criança’, estas pessoas são numerosas, mas muitas vezes pensam que estão isoladas e costumam ser muito atacadas por homossexuais militantes”.
Sobre a ideologia do gênero
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Antes da imposição da ideologia do gênero, a fundadora da Homovox assegurou que “os estudos de gênero são o lar de ideólogos que querem formar consciências de maneira totalitária desde muito pequenos, mas as perguntas que expõem são legítimas".
Por isso, animou a todos, “especialmente os cristãos, a trabalhar para responder de forma justa, com argumentos trabalhados e sem ideologia. As conclusões desses estudos (de gênero) são discutíveis, e acho que não devem ocorrer nas escolas”.
Nathalie assegurou ao Grupo ACI que, apesar de que em alguns países ainda hoje castiguem os homossexuais com a morte, “a humanidade está progredindo na forma de ver as pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo”.
Também encorajou a reflexionar sobre os temas relacionados à atração entre pessoas do mesmo sexo: “Não devemos ter medo de enfrentar este lado misterioso da nossa humanidade, sob o olhar de Deus”.
Deste modo, insistiu na importância de que sejam “acompanhados ao viver esta condição que não escolheram”, recordou que “os cristãos estamos ante o mandato de Cristo de amar o nosso próximo incondicionalmente” e sublinhou que “o encontro com Cristo pode ajudar estas pessoas a viverem a castidade”.
“Espero que nos próximos séculos, os homens tenham a sabedoria e a humildade para dar um lugar adequado a essas pessoas, nem vergonha nem orgulho, mas a aceitação total de quem eles são, inclusive na sua infertilidade biológica, que protege as crianças de uma falsa filiação”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 8 de novembro de 2017