Vaticano, 13 de dez de 2017 às 09:46
Em uma nova catequese sobre a Missa, o Papa Francisco perguntou-se na Audiência Geral na manhã de hoje, celebrada na Sala Paulo VI do Vaticano: “Por que ir à missa aos domingos?”.
“A celebração dominical da Eucaristia está no centro da vida da Igreja”, respondeu o Santo Padre.
Aprofundando mais, o Pontífice explicou: “nós vamos à missa para encontramos o Senhor ressuscitado, ou melhor, para nos deixarmos encontrar por ele, ouvir a sua palavra, alimentar-nos à sua mesa e assim, nos tornarmos Igreja, o seu corpo místico vivo hoje no mundo”.
Esta realidade estava muito presente na Igreja desde o princípio: “os discípulos de Jesus celebravam o encontro eucarístico com o Senhor no dia que os judeus chamavam ‘o primeiro da semana’ e os romanos ‘o dia do sol’, porque foi nesse dia que Ele ressuscitou e veio encontrar-Se com eles no Cenáculo, falando e comendo com eles e dando-lhes o Espírito Santo”.
“Inclusive - continuou Francisco - o grande derramamento do Espírito em Pentecostes ocorre no domingo. Por isso, o domingo é para nós um dia santo: santificado pela celebração eucarística, presença viva do Senhor para nós e entre nós”.
Portanto, “é a Missa que faz cristão o domingo. Que tipo de domingo é para um cristão aquele que no qual fata o encontro com o Senhor?”.
O Papa pediu aos cristãos que valorizem a Missa dominical: “Infelizmente há comunidades cristãs que não podem ter Missa todos os domingos; mas também elas são chamadas a recolher-se em oração, nesse dia, ouvindo a Palavra de Deus e mantendo vivo o desejo da Eucaristia”.
“Algumas sociedades secularizadas perderam o significado cristão do domingo iluminado pela Eucaristia”, lamentou. “Neste contexto, é necessário reviver esta consciência para recuperar o significado da celebração, da alegria, da comunidade paroquial, da solidariedade, do descanso que recupera o corpo e a alma”. “A Eucaristia educa em todos esses valores a cada domingo”, destacou.
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Nesse sentido, recordou que “a abstenção dominical do trabalho não existia nos primeiros séculos: é uma contribuição específica do cristianismo. Segundo a tradição bíblica, os hebreus descansam no sábado, enquanto na sociedade romana não havia nenhum dia de abstinência dos trabalhos durante a semana. Foi o significado cristão de viver como filhos e não como escravos, animados pela Eucaristia, a qual torna o domingo, quase universalmente, o dia de descanso”.
A presença de Cristo na vida ajuda a dinamizá-la, assegurou. “Sem Cristo, estamos condenados a ser dominados pelo cansaço do dia-a-dia com as suas preocupações e pelo medo do futuro. O encontro dominical com Jesus dá-nos a força de que necessitamos para viver com coragem e esperança os nossos dias”.
“O que podemos responder às pessoas que nos dizem que não precisamos ir à Missa, nem no domingo, porque o mais importante é viver bem, amar o nosso próximo? É verdade que a qualidade da vida cristã é medida na capacidade de amar, como disse Jesus. Mas, como podemos praticar o Evangelho sem ter a energia necessária para fazê-lo, um domingo após o outro, da fonte inesgotável da Eucaristia?”, o Pontífice perguntou a si mesmo.
O Papa sublinhou: “Não iremos à Missa para dar alguma coisa a Deus, mas para receber d’Ele aquilo que nós precisamos”.
Em conclusão, “por que ir à missa aos domingos? Não é suficiente responder que isto é um preceito da Igreja. Nós cristãos precisamos participar da missa dominical porque somente com a graça de Jesus, com a sua presença viva em nós e entre nós, podemos colocar em prática o seu mandamento e sermos testemunhas críveis”.
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— ACI Digital (@acidigital) 13 de dezembro de 2017