ROMA, 13 de dez de 2017 às 10:51
O Pe. Tom Uzhunnalil, sacerdote salesiano sequestrado durante mais de 18 meses pelo Estado Islâmico (ISIS), recebeu o Prêmio Internacional Madre Teresa por “ser uma pessoa compassiva” e decidir permanecer, apesar do perigo, no lar de idosos das Missionárias da Caridade no Iêmen até o momento do ataque dos jihadistas em março de 2016.
Este reconhecimento é concedido a todas as pessoas que, através do seu serviço, promoveram a justiça social. O prêmio é concedido desde 2005 pela Fundação Harmony, instituição criada na Índia para promover a coexistência pacífica e solidária entre as diferentes religiões e sociedades.
Segundo informações da agência de notícias salesiana ANS, a cerimônia de premiação foi realizada em 10 de dezembro na cidade de Mumbai, no estado de Maharashtra. O presidente da Fundação Harmony, Abraham Mathai, entregou ao Pe. Tom uma estatueta e um certificado que destaca a sua coragem ante as adversidades.
O Pe. Tom agradeceu o prêmio e comentou: “Conheci Madre Teresa de Calcutá em 1983 e me inspirei no seu amor por Deus, na sua humildade e simplicidade e na abordagem muito amigável com as pessoas”.
Também pronunciou a famosa frase da santa: “Não podemos fazer grandes coisas, mas todos podemos fazer grandes coisas com amor”.
“Sou um sacerdote católico e salesiano, que trabalha pelos jovens e marginalizados. Eles me deram a oportunidade de servir na missão no Iêmen. Deus tem uma missão para cada um de nós. Meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que rezaram por mim: hindus, cristãos e muçulmanos, e aos que amam a humanidade”, manifestou.
O sacerdote agradeceu novamente a todos aqueles que rezaram pela sua libertação e afirmou que “existe o bem em cada pessoa, e somente através do amor e do perdão podemos dar testemunho da paz”.
“Precisamos perdoar os nossos inimigos. Eu acredito em um Deus vivo que me chamou para ser testemunha d’Ele”, manifestou o sacerdote.
O Pe. Tom foi sequestrado no dia 4 de março de 2016 por um grupo de terroristas que atacaram o asilo de pessoas deficientes, administrado por cinco Missionárias da Caridade em Áden (Iêmen).
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Como recordamos, naquele dia os jihadistas assassinaram os voluntários e quatro religiosas.
O Pe. Tom Uzhunnalil foi libertado no dia 12 de setembro deste ano. Ele foi transferido para Roma, onde permaneceu durante duas semanas na comunidade dos salesianos.
Na Itália, o sacerdote indiano se reuniu com o Papa Francisco e deu uma coletiva de imprensa, na qual falou sobre o seu cativeiro durante 18 meses nas mãos do ISIS.
O Pe. Tom Uzhunnalil voltou para a Índia em 28 de setembro e se reuniu com autoridades políticas e religiosas. Ele também visitou Ramapuram, a sua cidade natal, no estado de Kerala.
ANS indicou que o sacerdote permanece neste país e que em todos os eventos que participa “surpreende as pessoas com o seu testemunho cristão humilde e sereno, assim como pelo seu desejo de fazer só a vontade de Deus no futuro”.
Confira também:
VÍDEO: Estas são as primeiras palavras de Pe. Tom Uzhunnalil após seu sequestro https://t.co/Zofwu8ZQbj
— ACI Digital (@acidigital) 15 de setembro de 2017