Vaticano, 19 de dez de 2017 às 09:00
O Papa Francisco assinou o decreto que reconhece as virtudes heroicas como Servo de Deus do Cardeal Stefano Wyszynski, Arcebispo de Gniezno e Varsóvia (Polônia).
Wyszynski nasceu em Zuzela em 3 de agosto de 1901. A sua primeira missão como bispo foi na diocese de Lublin de 1946 a 1948. Logo depois, foi transferido para Varsóvia e Gniezno, onde ficou até sua morte em 1981.
Foi eleito Cardeal em 12 de janeiro de 1953 por Pio XII, assumindo assim o título de Primaz da Polônia.
Wyszynski também foi presidente da Conferência Episcopal Polonesa de 1956 a 1981 e durante todos esses anos enfrentou as autoridades comunistas.
O Cardeal teve um papel fundamental nas relações entre a Igreja e o Estado polonês durante o regime comunista, sendo também uma figura fundamental durante a Guerra Fria.
Na verdade, foi o artífice para que o governo de Stalin respeitasse de alguma maneira os bens imobiliários da Igreja. Apesar de o Cardeal e o resto do episcopado terem apoiado os anticomunistas, três anos antes de ser criado cardeal, participou de um acordo com as autoridades do país, no qual delimitavam o campo de ação política da Igreja na Polônia. Embora o acordo em um primeiro momento parecesse negativo para a Igreja, graças a ele Karol Wojtyla (João Paulo II), foi eleito pelo próprio governo de uma lista de candidatos para serem ordenados bispos. Além disso, foi seu professor na universidade.
Apesar do acordo assinado, o Cardeal sempre se opôs ao controle das autoridades comunistas na nomeação dos bispos.
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Entretanto, a partir de 1953, a Igreja sofreu uma nova e dura perseguição que levou à prisão de sacerdotes e bispos, que foram enviados a campos de concentração, entre eles estava o Cardeal.
Em 25 de setembro de 1953, foi preso em Rywad e posteriormente levedo sob prisão domiciliar em Stoczek e no mosteiro de Komacza, nas montanhas de Bieszczady. Finalmente, foi libertado em 26 de outubro de 1956.
O Cardeal Wyszynski também é conhecido pelo seu serviço incansável para melhorar as relações com os judeus do país e os protegeu da perseguição.
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— ACI Digital (@acidigital) 18 de dezembro de 2017