Os Bispos da Costa Rica expressaram o seu rechaço à “opinião consultiva” da Corte Interamericana de Direitos Humanos que pretende impor a agenda gay no país e no resto da América Latina.

Em um comunicado assinado em 10 de janeiro, a Conferência Episcopal da Costa Rica descreveu como “abusiva” a “interpretação progressiva da Convenção Americana de Direitos Humanos” realizada pela Corte.

No dia 9 de janeiro, a Corte Interamericana respondeu a uma série de perguntas levantadas pelo governo da Costa Rica e decidiu que o Estado deveria facilitar os procedimentos para mudar o registro de identidade de gênero e abrir as portas para o casamento gay .

Além disso, a Corte pediu aos Estados sob a sua jurisdição para superarem as “dificuldades institucionais para adaptar a sua legislação e estender o direito de acesso à instituição do casamento aos casais do mesmo sexo”.

Para os bispos costarriquenhos, esta resolução cria “novas noções de casamento e família que estão muito afastadas do pensamento dos redatores deste instrumento de Direitos Humanos e, mais ainda, do parecer dos deputados costarriquenhos que ratificaram a Convenção Americana”.

Segundo os bispos da Costa Rica, a consulta ao organismo supranacional foi “estrategicamente” realizada pelo governo de Luis Guillermo Solís Rivera, deixando de lado “o caminho da discussão política na Assembleia Legislativa e em outros organismos nacionais”.

Além disso, advertiram que a interpretação da Corte Interamericana “subvaloriza elementos como a segurança na acreditação da filiação, a segurança ao casar-se e a própria segurança cidadã, privilegiando interesses particulares, em detrimento dos interesses de terceiros de boa fé, da coletividade e do Bem Comum”.

“Como pastores da Igreja Católica na Costa Rica, chamamos todos os nossos fiéis a unir as mais profundas convicções sobre a família e o casamento que se extraem da Palavra de Deus e do Direito Natural", assinalaram.

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Os bispos explicaram que “a Igreja não pode renunciar a sua missão de seguir apresentando a Palavra de Deus tal como foi revelada” e apelou “a todos os cristãos para que continuem vivendo de acordo com o Plano de Deus para a família e o ser humano: homem e mulher; tudo dentro do quadro da Lei e do respeito absoluto por cada ser humano”.

A Igreja no país continuará “ensinando que o casamento é um dom da criação” e que "não é uma união qualquer entre pessoas; tem características próprias e inalienáveis, que fazem com que o casamento seja a base da família e da sociedade”, asseguraram.

“Portanto, rechaçamos os conceitos apresentados na referida opinião consultiva, pois se opõem ao ensinamento do Evangelho pregado pela Igreja e o Bem Comum da sociedade”.

Os bispos pediram a Deus “que ilumine as mentes e fortaleça as vontades dos nossos governantes nesse momento”.

“Como crentes em um Deus bondoso que dirige os projetos da História, não deixamos de confiar que nos dará a Sua graça para dar testemunho do nome cristão neste momento da História Nacional”, concluíram.

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