ROMA, 15 de jan de 2018 às 12:00
Na última semana, o arcebispo maronita Samir Nassar e religiosas das Irmãs de Jesus e de Maria foram salvos pela “providência de Deus” após bombardeios que atingiram suas residências em Damasco, na Síria.
Dom Samir Nassar sobreviveu ao bombardeio após ter se ausentado momentaneamente de seu quarto, segundo relatou à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
O prelado contou que, segundos depois de ter saído do quarto, “a cama estava coberta de estilhaços”. Segundo ele, a explosão foi tão violenta que sacerdotes e funcionários da Patriarcado Maronita que estavam no local temeram que ele tivesse morrido.
Por isso, quando o Arcebispo surgiu dos escombros e no meio do caos que tomou conta do edifício, “todos choraram de alegria”.
Diversos locais de Damasco foram atingidos pelos bombardeios do dia 8 de janeiro, entre os quais se encontra também o convento das Irmãs de Jesus e de Maria, que ficou parcialmente destruído.
A Irmã Annie Demerjian, desta congregação, disse à Fundação ACN que, também ali, “foi a providência de Deus” que evitou perdas irreparáveis, pois as irmãs não se encontravam no local quando a bomba explodiu.
Por sua vez, Dom Samir Nassar ressaltou que agora, por conta dos graves danos estruturais causados pelo explosivo em sua residência, está na mesma situação que “12 milhões de refugiados sírios que perderam tudo”.
De acordo com a Fundação ACN, 10 bombas explodiram na área, atingindo nomeadamente os bairros de Bab Sharqi, Bab Touma e Al-Qassaa.
O edifício do Patriarcado fica situado na rua que é referida no Novo Testamento e onde São Paulo teria ficado alojado quando visitou a cidade de Damasco e onde se converteu ao cristianismo.
Áreas recuperadas
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Na mensagem que enviou à Fundação ACN, Dom Nassar afirmou que “todos os dias” há “inocentes que estão sendo sacrificados” nesta guerra que se prolonga há mais de sete anos.
Ainda na semana passada, as tropas sírias informaram que quatro cidades tinham sido recuperadas do controle de grupos jihadistas na província de Idlib.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, as localidades de Sham al Haua, Al Zurur, Nayha e Um al Jalajil, que foram recuperadas, são consideradas estratégicas pelas forças governamentais pois permitem a reconquista de toda a província.
Segundo agências de notícias, com a reconquistas dessas quatro localidades, as forças governamentais fiéis a Bashar al-Assad recuperaram já “o controle de 65 povoados e cidades” na província de Idlib “desde o início da campanha” para a libertação da região, em 22 de outubro.
No entanto, segundo refere o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, “quase toda a província de Idlib está” ainda “sob o controle de facções islâmicas”.
Entretanto, a reconquista territorial que está em curso tem provocado inúmeras baixas entre a população civil. De acordo com o alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas, Zeid Al Hussein, cerca de 2 milhões de pessoas em Idlib “estão numa situação preocupante” e “dezenas de milhares de moradores foram obrigados a fugir do fogo cruzado”.
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— ACI Digital (@acidigital) 11 de novembro de 2017