Uma conhecida defensora da fé católica, que era feminista e seguidora do new age nos Estados Unidos, alertou os católicos ante os perigos de uma prática nascida do budismo, que se tornou popular nos últimos anos, conhecida como “mindfulness” ou atenção consciente.

Em uma entrevista ao ‘National Catholic Register’, Susan Brinkmann comentou as ideias principais do seu último livro “A Catholic Guide to Mindfulness” (Um guia católico sobre o mindfulness).

O que é?

Brinkmann explica que o “mindfulness” surge do “budismo e procura gerar um estado de atenção ativa no presente, no qual a pessoa observa os seus pensamentos e sentimentos à distância, sem julgá-los como bons ou ruins”.

A especialista indica que, “embora seja promovida como uma prática não espiritual usada como um meio para eliminar o estresse ou a ansiedade, é realizada com várias formas de meditação budista”, nas quais “a conexão com Deus não é a meta”.

Em um artigo publicado no jornal espanhol ‘El País’ em 6 de janeiro intitulado “O que é ‘mindfulness’? Ninguém realmente sabe, e isso é um problema”, escrito originalmente em inglês pelos médicos australianos Nicholas Van Dam e Nicholas Haslam, assinalam que esta prática “atualmente é encontrada em todos os lugares, como muitas ideias e práticas tiradas dos textos budistas que passaram a fazer parte da cultura de massa do Ocidente”.

“Entretanto, um estado da questão publicado na revista ‘Perspectives of Psychological Science’ mostra que é maior o bumbo do que as provas. Algumas revisões de estudos sobre o assunto indicam que pode ser útil em caso de problemas psicológicos como a ansiedade, a depressão e o estresse. Mas, não está claro qual tipo de mindfulness ou de meditação precisamos para cada problema específico”, prossegue o texto.

O artigo, que aprofunda sobre diversas aproximações existentes para definir o mindfulness, assinala do mesmo modo que “os estudiosos e os praticantes da disciplina deveriam reconhecer que é verdade que às vezes tem efeitos negativos”.

Os perigos para os católicos

No artigo do ‘National Catholic Register’, Susan Brinkmann explica que escreveu o seu livro ante a “tentativa de muitos católicos de integrar as práticas de meditação do mindfulness com a oração e a vida espiritual”, embora as formas do budismo não sejam compatíveis com a fé católica.

A tentativa de integrar o “mindfulness” com a fé, adverte a especialista, pode terminar sendo “um desastre espiritual, até chegar ao ponto de exigir um exorcismo em alguns casos”.

Brinkmann recordou o caso de uma mulher que lhe contou que o seu esposo havia deixado de rezar o terço, porque achava que o mindfulness mais relaxante do que rezar. Isto, disse, é um exemplo de que “as pessoas, facilmente, podem se confundir em várias etapas de sua vida espiritual, e sem perceber podem afastar-se de Deus em vez de aproximar-se dele”.

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A apologista também indica que “há uma preocupação no mundo científico acerca da cobertura feita pela grande mídia apenas sobre os benefícios do mindfulness e que não divulgam os estudos que mostram os efeitos negativos da prática”.

Alguns estudos, continua, mostram que, através desta prática as pessoas “podem desligar-se em vez de concentrar-se e comprometer o pensamento crítico sobre os problemas que exigem pensar mais e não menos”.

Em 2014, prossegue, os pesquisadores da John Hopkins University analisaram 18 mil estudos e concluíram que somente 47 eram metodologicamente corretos.

Nesses 47, encontraram uma “pequena evidência” de que o mindfulness melhore a saúde mental.

Uma alternativa católica

Susan Brinkmann explica que, antes deste tipo de prática, a alternativa católica que ela propõe é superior porque busca a possibilidade de ser consciente da presença real de Deus na vida cotidiana.

“Se uma pessoa vive o momento presente na presença de Deus, não há necessidade de uma prática budista como o mindfulness”. Com esta perspectiva, explica a especialista, “se pode encontrar a paz autêntica e a cura”.

“Em vez de um momento de fuga da ansiedade, a alternativa cristã oferece uma verdadeira solução para este problema e uma transformação permanente” que surge “da meta de nossa existência na terra: a união com Deus”.

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Brinkmann sublinhou que, “ao estar unidos com o nosso Criador, finalmente seremos quem devemos ser. Esta é uma graça que supera qualquer entendimento”.

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