Logo depois do encontro multitudinário com os jovens na quarta-feira, 17 de janeiro, o Papa Francisco chegou à Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde agradeceu seu “inestimável serviço” por mais de 130 anos e incentivou a ser como um “laboratório” para forjar o futuro do país.

“Poderíamos dizer que a universidade se torna um laboratório para o futuro do país, porque sabe incorporar em si a vida e a caminhada do povo, superando toda a lógica antagônica e elitista do saber”, disse o Santo Padre durante seu discurso no terceiro dia da sua visita ao Chile.

Ao chegar à Universidade Católica ontem à tarde, foi recebido por representantes da educação, ciência, humanidades e arte, meios de comunicação e toda a comunidade universitária.

Antes da mensagem do Papa, o reitor da universidade, Ignacio Sánchez, deu-lhe as boas-vindas e indicou que a sua visita é uma “grande alegria e uma fonte de esperança” para o povo.

Sánchez reconheceu que na sua universidade enfatizaram o “cuidado do senso de comunidade, no encontro pessoal” e a “ter Jesus como modelo”.

Do mesmo modo, o reitor destacou o seu “compromisso e apoio no cuidado da vida, desde a fecundação até a morte natural”.

“Temos desafios importantes no nosso país, relacionados à convivência nacional e à capacidade de progredir em comunidade em busca do que consideramos justo, bom, belo e verdadeiro”, afirmou Sánchez.

Em seguida, o Papa Francisco tomou a palavra, agradeceu as palavras do reitor e reconheceu “o bem que ele faz com a sua sabedoria no governo” de sua instituição e “por defender corajosamente a identidade da Universidade Católica”.

O Santo Padre afirmou que nos quase 130 anos desta universidade, esta “ofereceu um inestimável serviço ao país”.

Logo após, o Papa retomou as palavras do reitor a respeito dos desafios do Chile em relação à “convivência nacional e à capacidade de progredir em comunidade”.

Explicou que “a convivência nacional é possível” na medida em que se gerem processos educativos que sejam simultaneamente “transformadores, inclusivos e de convivência”.

Assim, o Pontífice disse que “educar para a convivência não significa apenas acrescentar valores ao trabalho educativo, mas gerar uma dinâmica de convivência dentro do próprio sistema educativo”.

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Portanto, afirmou que era necessário “criar espaços onde a fragmentação não seja o esquema dominante, mesmo do pensamento; para isso, é necessário ensinar a pensar o que se sente e faz; a sentir o que se pensa e faz; a fazer o que se pensa e sente. Um dinamismo de capacidades ao serviço da pessoa e da sociedade”.

“Parece que hoje a ‘nuvem’ seja o novo ponto de encontro, que se caracteriza pela falta de estabilidade, já que tudo se volatiliza e, consequentemente, perde consistência. Esta falta de consistência poderia ser uma das razões para a perda de consciência do espaço público”, explicou.

Finalmente, disse que para afastar-se de uma cultura que “perdeu a memória” e se tornou individualista, a Universidade “tem o desafio de gerar novas dinâmicas” para superar “toda fragmentação do conhecimento”.

Em relação ao desafio de “progredir em comunidade”, o Papa expressou a sua alegria pelo “esforço evangelizador e a vitalidade alegre” da Pastoral Universitária, “sinal de uma Igreja jovem, viva e ‘em saída’”.

Disse ainda que a comunidade universitária tem o desafio de “não se isolar de novas formas de conhecimento” e que adquirir conhecimento deve estar em função de uma “interação entre a aula e a sabedoria dos povos” que constituem o Chile.

Nesse sentido, o Papa pediu à comunidade educativa que não fique reduzida “a aulas e bibliotecas, mas deve ser continuamente desafiada à participação”, conseguindo “incorporar em si a vida e o peregrinar do povo, sendo capaz de assumir uma lógica plural e a interdependência do saber”.

Antes de terminar o seu discurso, disse aos presentes que “hoje é profética a missão” da Universidade Católica do Chile.

“Vocês estão chamados a gerar processos que iluminem a cultura atual, propondo um humanismo renovado que evite cair em qualquer tipo de reducionismo. E esta profecia, que nos é solicitada, impele-nos a buscar eventuais espaços mais de diálogo do que de conflito”.

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Finalmente, disse que se todos “pedem, não duvido que o Espírito Santo guiará os vossos passos” para que esta Universidade “continue a frutificar para o bem do povo do Chile e para a glória de Deus”.

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