O Arcebispo de Cumaná (Venezuela), Dom Diego Padrón, denunciou que algumas pessoas próximas do governo picharam frases contra ele e contra a Igreja, por haver denunciado às autoridades os graves problemas que o país enfrenta.

As frases pichadas no Palácio de Episcopado, no Seminário São José e ao redor da Catedral, foram escritas após a Missa presidida pelo Prelado durante a festa de Santa Inês, Padroeira de Cumaná, no domingo, 21 de janeiro.

“Dom Padrón fingido”, “Dom Padrón Satanás”, são algumas frases que os adeptos do governo picharam no domingo à noite.

Além das frases, o governador do Estado de Sucre, Edwin Rojas, insultou Dom Diego Padrón com grosserias e o acusou de usar “as festas de Santa Inês, Padroeira de Cumaná, como um evento político para atacar o governo”.

No domingo, 21 de janeiro, durante a Missa presidida pelo Prelado na Catedral, leram um comunicado no qual rejeitavam as acusações por "crimes de ódio" que o Presidente Nicolás Maduro fez contra dois bispos, que denunciaram a grave crise na Venezuela, na festa da Divina Pastora em Barquisimeto.

Enquanto estavam lendo o comunicado, as autoridades do estado de Sucre abandonaram a Catedral e os fiéis gritavam: "E vai cair, e vai cair, esse governo vai cair!".

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Em declarações ao Grupo ACI, em 24 de janeiro, o Prelado explicou que o que aconteceu "é uma reação do partido governante, do partido do governo contra as proclamações que os bispos fizeram em toda a Venezuela sobre a situação no país".

No governo, recordou, “atacaram o Bispo de Barquisimeto e o Bispo de San Felipe. E esta é mesma reação, mas contra mim, porque também mencionei os grandes problemas do país. É normal que reajam desta maneira”.

"O que não é correto é a forma deles agirem, pichando frases dentro e fora da igreja, usando uma série de grosserias que eu nunca aceitaria".

Os insultos que eles picharam, explicou o Arcebispo, são "uma ofensas contra a Igreja. Evidentemente, os membros governo ficaram chateados. As pessoas não estão chateadas com a Igreja".

Antes estes ataques, o Prelado disse que os venezuelanos devem trabalhar para "defender a liberdade de culto, a liberdade de expressão, a liberdade em todos os sentidos, assim como manter firme a denúncia da situação terrível que as pessoas estão vivendo, a fome, a insegurança e a violência".

Do mesmo modo, encorajou os leigos do país a "não se intimidarem por esses ataques e que demos mensagens de reconciliação e de solidariedade".

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