A Diocese do Funchal, em Portugal, informou no domingo, 28 de janeiro, que Padre Giselo Andrade, que assumiu a paternidade de uma menina, foi dispensado como pároco do Monte, mas poderá continuar seu ministério pastoral.

No início de novembro de 2017, Padre Giselo Andrade, então pároco do Monte, assumiu a paternidade de uma menina nascida em agosto. Após a divulgação do caso, a Diocese do Funchal declarou que caberia “ao próprio sacerdote, discernir em diálogo com o bispo, se pretende continuar a exercer o ministério sacerdotal segundo as exigências e normas da Igreja, ou, se pretende abraçar outra vocação”.

No último dia 28 de janeiro, a Diocese portuguesa publicou uma nota assinada por Padre Carlos Almada, secretário episcopal, na qual informa que a decisão do afastamento do sacerdote como pároco do Monte de seu “após diálogos com o próprio sacerdote, ouvidas algumas instâncias da Igreja e percepcionando um sentido eclesial comum, por parte de sacerdotes, consagrados e leigos”.

Entretanto, Padre Giselo poderá “continuar a exercer o ministério pastoral, através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na área das comunicações, e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas”.

Segundo o comunicado, foi o próprio sacerdote quem “manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério sacerdotal, nas condições exigidas pela Igreja”.

“Desde logo se sentiu a necessidade de um discernimento claro, em ordem a uma opção responsavelmente assumida e maturada na reflexão e na oração, um discernimento feito com serenidade e livre de pressões, acompanhado pelo Bispo da Diocese”, indicou.

Além disso, a nota da Diocese do Funchal recordou que ao assumir a paternidade da criança, Pe. Giselo manifestou “neste gesto e no compromisso de assumir todas as responsabilidades inerentes à situação criada, um sentido de responsabilidade que muita gente apreciou”.

Apesar disso, reconheceu “perante o fato” “os seus aspetos negativos”.

Nesse sentido, a Diocese reforçou que “os sacerdotes católicos aceitam e comprometem-se, em plena liberdade, a viver o dom do celibato no seu ministério de serviço ao Povo de Deus, em conformidade mais plena a Cristo Pastor, com frutos abundantes para a Igreja, ainda que com o sacrifício de algumas expressões e alegrias da vida familiar”.

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“Toda esta situação gerou nos órgãos da comunicação social e nas redes sociais uma oportunidade de debate e reflexão, mas também uma ocasião ou motivo para questionar e contestar a atual disciplina da Igreja, desconhecendo-se o sentido espiritual da mesma”, assinalou.

Assim, a Diocese sublinhou que “a Igreja não é estática, é dinâmica; tem uma história que lhe permite reconhecer e avaliar os seus valores e as suas faltas, o positivo e o negativo da sua presença junto das pessoas e da sociedade”.

Diante disso, expressou que “as mudanças, porém, não se operam por razões de mera popularidade ou estatística de opiniões”.

Por fim, informou que o Bispo Diocesano nomeou em 25 de janeiro “como Administrador Paroquial da Paróquia do Monte, o Reverendo Cônego Vítor dos Reis Franco Gomes, pároco da Sé, em regime de acumulação de funções”.

“Na paróquia do Monte se encontra e venera a imagem da nossa Padroeira a quem hoje mais uma vez recorremos, pedindo a sua bênção e proteção”, concluiu.

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