Uma delegação de quatro bispos de El Salvador viajará aos Estados Unidos para se reunir com outros prelados da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) e coordenar ações a fim de resolver a situação dos migrantes salvadorenhos afetados pela eliminação do Estatuto de Proteção Temporal (TPS, na sigla em inglês).

O TPS é um programa temporário, renovável e autorizado concedido aos cidadãos de países atingidos pela guerra ou pelos desastres naturais, e que lhes permite permanecer e trabalhar legalmente nos Estados Unidos por um período de tempo, até quando for seguro voltar aos seus países de origem.

No caso de El Salvador, o TPS foi concedido depois dos terremotos de janeiro e fevereiro de 2001. Entretanto, em 8 de janeiro, o governo de Donald Trump eliminou esse estatuto para os migrantes salvadorenhos e terão até setembro 2019 para deixar os Estados Unidos ou regularizar a sua situação.

Segundo o governo norte-americano, seriam cerca de 195 mil pessoas afetadas. Entretanto, a agência vaticana Fides informou que, de acordo com “estimativas recentes, mais 2 milhões de salvadorenhos vivem no país”.

“Junto com os bispos norte-americanos, que tanto nos apoiaram, queremos pedir às autoridades civis para encontrar uma solução que beneficie os nossos irmãos salvadorenhos”, declarou o Arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, anunciando a próxima viagem.

Segundo a agência Fides, em um comunicado os bispos salvadorenhos apoiaram Dom Luis Escobar Alas, que nos últimos dias expressou “a solidariedade da Igreja aos nossos irmãos migrantes e exigiu respeito pela dignidade das pessoas de bem”.

“Como pastores deste povo nos comprometemos a acompanhá-los na luta pelos seus legítimos direitos e, caso seja necessário, oferecemos o nosso apoio às pessoas que se sentem obrigadas a voltar para El Salvador”, indicou o comunicado divulgado no final da Assembleia Ordinária da CES.

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De acordo com o documento, os bispos também refletiram em sua Assembleia acerca das eleições parlamentares e municipais no dia 4 de março. “Percebemos bastante apatia, desilusão e frustração porque muitos líderes não estão preparados para o que o povo espera e precisa”, assinalaram.

“Muitas pessoas consideram a política como uma prática caracterizada pela demagogia, superficialidade e corrupção, que tem como fim o próprio benefício ou do partido à custa da população”, disseram.

Entretanto, assinalaram que eles também veem “sinais de esperança”, por isso, recordaram as instituições que têm o dever de trabalhar a fim de que a política recupere a sua dignidade.

Do mesmo modo, convidaram os cidadãos a dar “um voto livre, responsável e consciente”.

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