Durante a oração do Ângelus deste domingo, 4 de janeiro, na Praça de São Pedro no Vaticano, o Papa Francisco recordou que a pregação de Jesus se sustenta no caminho e, por isso, seus discípulos e a Igreja devem manter o anúncio do Evangelho no caminho, no movimento, nunca estática.

“O anúncio do Reino de Deus por parte de Jesus encontra o seu lugar mais precisamente na estrada”, explicou o Santo Padre.

O Papa recordou como, no Evangelho deste domingo, “aos discípulos que o procuravam para levá-lo à cidade – os discípulos foram encontra-lo onde Ele rezava e queriam leva-lo de volta á cidade –, o que responde Jesus aos discípulos? ‘Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim’”.

“Este foi o caminho do filho de Deus e este será o caminho de seus discípulos. E deverá ser o caminho de cada cristão. A estrada como lugar do alegre anúncio do Evangelho, coloca a missão da Igreja sob o signo do ‘andar’, a Igreja em caminho, sob o sinal do ‘movimento’ e nunca estática”.

No trecho do Evangelho de São marcos lido neste domingo, realiza-se uma descrição de um dia de Jesus em Cafarnaum, “um sábado, festa semanal para os judeus. Esta vez o Evangelista Marcos destaca a relação entre a atividade taumatúrgica de Jesus e o despertar da fé nas pessoas que encontra”.

“De fato, com os sinais de cura que realiza pelos doentes de todo tipo, o Senhor quer suscitar como resposta a fé”, destacou Francisco.

“O dia de Jesus em Cafarnaum começa com a cura da sogra de Pedro e termina com a cena das pessoas de toda a cidadezinha que se comprime diante da casa onde ele se alojava, para levar a ele todos os doentes. A multidão, marcada por sofrimentos físicos e por misérias espirituais, constitui, por assim dizer, ‘o ambiente vital’ em que se realiza a missão de Jesus, feita de palavras e de gestos que curam e consolam”.

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Em meio a essa multidão, “uma humanidade marcada por sofrimentos, dificuldades e problemas”, Jesus finaliza a tarde de sábado. “E à tal pobre humanidade é dirigida à ação poderosa, libertadora e renovadora de Jesus”.

“Antes do amanhecer do dia seguinte, Ele sai sem ser visto pela porta da cidade e se retira para um lugar afastado para rezar. Jesus reza. Deste modo, subtrai também a sua pessoa e a sua missão de uma visão triunfalista, que poderia dar a entender o sentido dos milagres e de seu poder carismático”.

De fato, os milagres “são ‘sinais’ que convidam a uma resposta de fé; sinais que sempre são acompanhados por palavras, que os iluminam; e juntos, sinais e palavras, provocam a fé e a conversão pela força divina da graça de Cristo”.

O Papa concluiu pedindo à Virgem “que nos ajude a sermos abertos às vozes do Espírito Santo que impele a Igreja a colocar sempre mais a própria tenda em meio às pessoas para levar a todos a palavra curadora de Jesus, médico da alma e do corpo”.

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