TURIM, 7 de fev de 2018 às 17:00
O Arcebispo de Turim (Itália), Dom Cesare Nosiglia, decidiu suspender um retiro para casais homossexuais organizado por um pároco local, porque ajudar estas pessoas no seu caminho espiritual não significa “apoiar comportamentos ou uniões homossexuais, que são opções moralmente inaceitáveis para a ?? Igreja”.
Em uma declaração no último dia 5 de fevereiro e ante as informações divulgadas em alguns meios de comunicação nos últimos dias, o Arcebispo explicou que o acompanhamento pastoral aos gays “não significa aprovar comportamentos ou uniões homossexuais, que são opções moralmente inaceitáveis ??para a Igreja, porque tais opções estão longe de expressar o projeto de unidade entre o homem e a mulher, desejado por Deus Criador como uma doação recíproca e frutífera”.
“Entretanto – indicou o Prelado –, isso não significa não assumir o cuidado dos crentes homossexuais e de seus assuntos de fé”.
A declaração do Arcebispo de Turim suspende assim o retiro organizado pelo Pe. Gianluca Carrega, responsável diocesano pela pastoral para os homossexuais, programado para o final do mês de fevereiro no Instituto das Filhas della Sapienza. De acordo com informações do jornal italiano ‘Il Giornale’, cerca de 30 casais do mesmo sexo já haviam realizado a inscrição.
A mídia italiana informou nos últimos dias que o retiro programado pelo Pe. Carrega tinha o objetivo de ensinar a fidelidade aos casais homossexuais.
De acordo com o jornal ‘La Stampa’, o sacerdote disse que assistiu três uniões civis de homossexuais depois da sua legalização na Itália. “Foi bonito, cada um foi uma festa. Esta lei provocou muitos frutos que eu vi e reconheço”, disse na ocasião.
Em sua declaração em 5 de fevereiro, o Arcebispo explicou que “o caminho iniciado pela diocese não busca de jeito nenhum legitimar as uniões civis ou o casamento civil, a respeito do qual a ‘Amoris Laetitia’ afirma claramente que ‘não existe nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer analogias, nem mesmo distantes, entre uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família’”.
Em março de 2016, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laeitia sobre o amor na família, resultado de suas próprias reflexões e da contribuição recebida do Sínodo dos Bispos sobre a Família realizado no Vaticano em outubro de 2015.
Em sua declaração, o Arcebispo de Turim disse que “algumas publicações provocaram, nestes dias, várias interpretações – muitas vezes superficiais, outras vezes tendenciosas – que tornam necessário esclarecer as características e os limites do serviço nesta área pastoral”.
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“Trata-se de pessoas que estão em busca, que vivem situações delicadas e inclusive dolorosas, é essencial que a informação publicada também corresponda à verdade e a uma compreensão correta do que foi proposto, com um espírito de profunda caridade evangélica e com fidelidade ao ensinamento da Igreja nesta matéria”.
O Prelado explicou que o trabalho pastoral com homossexuais é realizado em Turim há alguns anos. Essas pessoas “se reúnem com um sacerdote e refletem juntos, a partir da Palavra de Deus, sobre o seu estado de vida e as opções acerca da sexualidade”.
No contexto deste serviço, reiterou o Prelado, a exortação Amoris Laetitia do Papa Francisco convida a evitar qualquer tipo de discriminação e violência contra os homossexuais e a “assegurar um acompanhamento respeitoso para que as pessoas que manifestam uma tendência homossexual possam receber a ajuda necessária para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus”.
“Este é o contexto do percurso espiritual de acompanhamento e discernimento proposto na diocese”, indicou.
Deste modo, concluiu o Arcebispo de Turim, “junto com Pe. Gianluca Carrega, cujo trabalho valorizo, acho que é oportuno suspender a iniciativa do retiro para realizar um discernimento adequado”.
Confira também:
Cardeal aprova cerimônias de “bênção” de casais homossexuais https://t.co/qQUCU7x8nH
— ACI Digital (@acidigital) 5 de fevereiro de 2018