A Beata Nazaria Ignacia March Mesa, fundadora das Missionárias Cruzadas da Igreja, será canonizada depois de comprovarem a sua intercessão na cura milagrosa de uma religiosa da sua congregação.

Segundo informou ao Grupo ACI a responsável de Imprensa e Relações Públicas da Conferência Episcopal Boliviana, Micaela Díaz, a protagonista do milagre é a Irmã Victoria Azuara, religiosa espanhola que vivia na Bolívia e tinha sofrido um derrame em 14 de outubro de 2010.

Por sua parte, o Bispo de El Alto, Dom Eugenio Scarpellini, disse a ‘EWTN Noticias’ que esse milagre “é algo extraordinário”.

Contou que Victoria Azuara, de 82 anos, é “uma religiosa que conhece bastante a vida e os pensamentos da Beata Nazaria”. “De repente, devido ao derrame cerebral, perdeu totalmente a memória, perdeu a fala e os médicos a declaram em uma situação irrecuperável”.

“Pela devoção das suas irmãs à Beata Nazaria, invocando a sua intercessão, de repente, sem explicação, ela recuperou a memória, recuperou a fala e a vida voltou ao normal”, indicou.

Logo depois que este milagre foi aprovado pelo Santo Padre, em 26 de janeiro, Dom Scarpellini assinalou que “agora estamos esperando que o Papa junto com os cardeais defina oficialmente a canonização e a data na qual será realizada”.

O Bispo de El Alto expressou o seu desejo de que a canonização seja celebrada em julho deste ano, na cidade boliviana de Santa Cruz, “porque celebraremos nesta data o V Congresso Missionário Americano”, do qual a religiosa “foi escolhida como emblema”.

Em seguida, disse que o testemunho de vida desta religiosa “foi divulgado em todos os países da América, assim ela caminhou conosco. Seria uma belíssima conclusão que pudesse ser proclamada aqui uma santa para a Igreja universal”.

Por outro lado, Dom Scarpellini comentou que a notícia da próxima canonização da Beata Nazaria teve um impacto “muito importante” entre os bolivianos.

Recordou que, apesar do fato de a Beata Nazaria ter nascido na Espanha, é considerada a primeira santa boliviana porque chegou ao país “aos 20 anos e aqui viveu toda a vida religiosa”.

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“Além disso, com a nacionalidade boliviana ela é considerada parte da nossa Igreja, faz parte desta terra”, acrescentou o também Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias.

Dom Scarpellini explicou que a vida desta religiosa é importante para o país sul-americano porque é “uma mulher” que se destacou pela sua dedicação total “aos pobres, aos excluídos, e esta é a missão da Igreja do Papa Francisco”.

“Ela soube olhar para o rosto do seu povo e quis promover a dignidade dos cidadãos, dando trabalho, formação e dando respeito às pessoas, especialmente às mulheres, formando o primeiro sindicato feminino na Bolívia”, manifestou.

“Para mim, tem um valor social muito importante, muito grande: ver uma mulher que se destacou pela sua entrega aos outros, e este é o caminho. Na Bolívia ainda há pobres, há lugares afastados que precisam de atenção e então, por tudo isso, a Beata Nazaria se torna uma inspiração”, assegurou o Bispo de El Alto.

Outra contribuição da religiosa foi “o seu desejo de construir sempre a comunhão e o diálogo entre todos, especialmente dentro da Igreja e através da Igreja no mundo atual, em um país como o nosso que ultimamente está vivendo problemas sociais, com dissidência internas e conflitos ideológicos”.

“A Beata Nazaria pode ser outro motivo para que reflitamos e busquemos o que nos une, o que nos permite criar comunhão, e não o que nos divide”, sublinhou.

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