Canberra, 12 de fev de 2018 às 15:00
A Arquidiocese australiana de Brisbane informou que um dos seus sacerdotes foi excomungado automaticamente depois de violar o segredo de confissão.
Assim indicou a Arquidiocese liderada por Dom Mark Coleridge em um comunicado divulgado em 7 de fevereiro.
A notícia do caso já foi divulgada por alguns meios, assinalando que foi o Papa teria excomungado Pe. Ezinwanne Igbo, quando na verdade foi o próprio sacerdote de origem nigeriana que incorreu na excomunhão automática.
O que o Vaticano fez foi confirmar a pena pela ofensa canônica cometida pelo sacerdote que servia na Paróquia Stella Maris, em Queensland, onde está localizada a Arquidiocese de Brisbane.
O caso teve início em 2016, quando a Arquidiocese recebeu várias reclamações sobre o sacerdote. Uma delas se referia a “uma ofensa canônica que resultou em excomunhão automática”.
A Santa Sé autorizou o início de uma investigação arquidiocesana, com a qual “foi confirmada a acusação de maneira unânime”, indica o texto.
Depois de concluir o processo local, refere o comunicado: “O Arcebispo enviou o processo à Santa Sé, que solicitou que se torne pública a excomunhão. Portanto, a Arquidiocese informa agora que Pe. Ezinwanne Igbo foi excomungado”.
O texto explica que, “enquanto a excomunhão estiver em vigor, Pe. Ezinwanne não pode presidir a celebração da Missa ou qualquer outra celebração de culto, nem pode celebrar ou receber os sacramentos e não pode exercer nenhum ofício do ministério na Igreja”.
“A excomunhão continuará vigente até que Pe. Ezinwanne procure, e lhe concedam, a remissão do Papa, que é o único que pode concedê-la”.
Esta situação, concluiu o comunicado da Arquidiocese, “foi dolorosa para a paróquia” e, por isso, “pedimos para que rezem por todos aqueles que sofrem as consequências do que aconteceu. Que Maria, Stella Maris, guie a paróquia em seu caminho à paz”.
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Excomunhão automática
O Código de Direito Canônico estabelece em seu cânone 983 que o sigilo sacramental ou segredo de confissão “é inviolável; pelo que o confessor não pode denunciar o penitente nem por palavras nem por qualquer outro modo nem por causa alguma”.
Do mesmo modo, o cânone 1388 assinala que “o confessor que violar diretamente o sigilo sacramental, incorre em excomunhão latae sententiae (automática), reservada à Sé Apostólica”.
Isso significa que só o Papa pode perdoar a pena de excomunhão neste caso.
A Enciclopédia Católica afirma que a excomunhão, “sendo a pena mais grave que a Igreja pode infligir, naturalmente supõe uma ofensa muito grave”.
O Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Mor da Santa Sé, explicou em uma ocasião que o objetivo da excomunhão é levar “os culpados ao arrependimento e à conversão”.
“Com a pena de excomunhão, a Igreja não tenta de nenhuma maneira restringir o campo da misericórdia, mas simplesmente se evidencia a gravidade do crime”, assinalou.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) 22 de agosto de 2017