Em uma mensagem divulgada por ocasião da Campanha da Fraternidade 2018, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Papa Francisco convida a perdoar e a se deixar perdoar durante a Quaresma, embora seja difícil, porque é a única forma de alcançar a paz.

“Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz”.

“Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”, disse na mensagem dirigida ao Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e presidente da CNBB.

O Pontífice afirma na mensagem que, “neste tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha ‘Fraternidade e a superação da violência’, cujo objetivo é construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.

Assim, “a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado”.

“Jesus veio para nos dar a vida plena”, recorda o Santo Padre. “Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se converte num espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos”.

Desse modo, “este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum, da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na sociedade”.

“’É agora o momento favorável – continua –, é agora o dia da salvação’, que nos traz a graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir”.

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Além disso, convida a que “sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia a dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza”.

Trata-se de realizar “pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade”.

“Em Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação”, sublinha.

Finalmente, o Papa encerra a mensagem pedindo “a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo”.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB tem como tema “Fraternidade e superação da violência” e lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

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