MADRI, 30 de jun de 2004 às 13:38
Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Sociológias (CIS), na Espanha –onde o índice de natalidade é um dos mais baixos do mundo-as mulheres têm menos filhos do que realmente desejam e propõem como solução as ajudas econômicas às famílias com mais de dois filhos, a criação de creches nos centros de trabalho e jornadas de trabalho de meio período.
Os resultados da pesquisa indicam que no país –onde só 8,2 por cento dos lares tem três crianças-, 61 por cento das mulheres pensa que se tiverem menos filhos do que realmente desejam, ainda que mais generalizado é que os casais não decidam ter mais do que dois ou apenas um filho.
As causas de ter menos filhos que o desejado são apontadas pelas próprias entrevistadas: 67,3 por cento assegura que o custo econômico dos filhos é muito alto; 42,3 acredita que a incorporação da mulher ao trabalho é a principal razão pela qual as espanholas são mais cautelosas na hora de ter filhos; enquanto apenas 12,7 justifica sua decisão dizendo que ter filhos tira muito a liberdade dos pais.
A entrevistadora deu a possibilidade de conhecer algumas das soluções consideradas mais eficazes pelas próprias mulheres. Assim, 52,1 por cento das mulheres entrevistadas garante que a medida mais eficaz para elevar a taxa de natalidade seria dar ajudas econômicas a famílias com mais de dois filhos. 52,5 por cento acredita que se as empresas em que trabalham pusessem berçários, tudo seria mais fácil e não teriam tanto reparo na hora de ter um filho. Outra das possíveis soluções é a redução da jornada de trabalho, da qual quase 50 por cento das mulheres se mostra a favor.
Segundo o estudo, diante da falta de medidas e soluções, muitas assumiram que jamais chegarão a ter todos os filhos desejados e alegam como razões ou a falta de renda suficiente (pouco mais de 37 por cento das entrevistadas), a dificuldade para conciliar trabalho e filhos (25 por cento) ou a ausência de tempo para cuidá-los (mais de 12 por cento).
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De todos os modos, embora a impressão geral é de que na Espanha se têm menos filhos do que desejado, muito poucas querem ter mais de doiss.
Assim, quase 58 por cento acredita que chegará a ter o casalzinho frente a 13 por cento que pretende ter mais um, ou ao pouco mais de dois por cento que gostaria de ter quatro filhos.
É também interessante o fato de que as mulheres se queixam das duras jornadas de trabalho que lhes impedem de prestar toda a atenção que os filhos merecem, mas muito poucoas estariam dispostas a deixar seu trabalho para ocupar-se de suas famílias.
Assim, pouco mais de 49 por cento das entrevistadas garante que a situação que deseja é ficar em seu trabalho e continuar promovendo, enquanto apenas pouco mais de 12 por cento deixaria de trabalhar em sua profissão para cuidar da família.