OTTAWA, 1 de jul de 2005 às 13:12
Um conhecido articulista católico advertiu que o projeto de lei que modificaria o Código Civil canadense para estender o conceito de matrimônio e incluir as uniões homossexuais, terminará convertendo ao matrimônio em “uma mera relação sexual”.
Em sua coluna publicada pelo National Post, o sacerdote Raymond de Souza afirmou que o matrimônio civil em Canadá “simplesmente reconhece um status legal e os benefícios próprios disso à relação conjugal, sem referência alguma à permanência, capacidade de engendrar ou benefícios públicos” que por natureza tem.
Também indicou que isto se deve à liberalização do divórcio no país em 1967 quando o então Ministro da Justiça, Pierre Trudeau, aprovou a lei “ônibus”.
A lei “ônibus” facilitou o trâmite do divórcio e converteu ao matrimônio no único contrato que “pode ser quebrado unilateralmente por qualquer uma das partes, em qualquer momento e por qualquer razão”. “Os princípios de permanência e compromisso que lhe são próprios ao matrimônio foram jogados fora”, indicou.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Segundo o sacerdote, “quando o matrimônio civil é despojado destes princípios de permanência e compromisso, o que fica que o distinga de uma simples relação de amizade? O sexo. Homossexual ou heterossexual, não interessa. portanto, temos como possível o ‘matrimônio’ de pessoas do mesmo sexo”.
O sacerdote não acredita que com esta lei os homossexuais deixem de ser promíscuos, tal como argüem os promotores da norma. “É um argumento incongruente porque, logo depois de 1967, minamos tudo o que permite que o matrimônio seja estável e monógamo”, advertiu.
Para o presbítero, as leis sobre o matrimônio e o divórcio em Canadá devem modificar-se para incluir e favorecer os efeitos civilizadores do matrimônio como o compromisso e a permanência.
Para o P. de Souza o debate atual “sobre os ‘matrimônios’ homossexuais tem pouco que ver com o matrimônio. É em realidade sexo normatizado pelo estado”.