Jeison Aristizabal tem aproximadamente 38 anos e é um exemplo de vitória, porque apesar da sua paralisia cerebral estudou duas carreiras profissionais, dirige uma fundação e foi considerado pela CNN, rede de notícias norte-americana, como “Herói” em 2016. Atualmente, empreende um novo projeto: impedir a eutanásia de crianças na Colômbia.

Em outubro de 2017, em uma decisão polêmica que se soma à aprovação do aborto e do “casamento" gay”, o Tribunal Constitucional da Colômbia abriu as portas à eutanásia de crianças, exigindo ao Ministério da Saúde quatro meses para criar um regulamento que permita aplicar a “morte digna” às “crianças e adolescentes”.

De acordo com o organismo colombiano, a sentença busca que os menores de idade “não sejam vítimas de um tratamento cruel e desumano derivado da negação do seu direito de morrer dignamente”.

Em resposta, Jeison Aristizabal apresentou uma tutela ante o Conselho de Estado da Colômbia a fim de evitar a aplicação da decisão do Tribunal Constitucional.

Em declarações a Radio Católica Mundial EWTN, Jeison indicou que em 21 de fevereiro “foi criada uma tutela histórica para o país, porque infelizmente há 4 meses, o Tribunal Constitucional, o maior órgão constitucional colombiano, emitiu uma decisão que ordena ao governo colombiano regulamentar a eutanásia de crianças, e para crianças com deficiência, com doenças terminais”.

“É necessário contar para a opinião pública como isso nasceu. Isso nasceu porque uma família de uma criança com deficiência ou com uma doença terminal, viu como o seu plano de saúde, o seu sistema de saúde, não lhe oferecia uma assistência médica, nem medicamentos ao seu filho”.

Jeison recordou que a família da criança, sentindo-se desamparada, disse à agência promotora de saúde (EPS) “que preferia ver o seu filho morrer a vê-lo sofrer ante a negligência, ante a falta de medicamentos da EPS”.

“E o país nunca esperava que, em vez de o Tribunal dizer ‘vamos sancionar o sistema de saúde, vamos ordenar que o sistema de saúde seja mais eficiente’, o que este Tribunal fez foi ordenar ao governo regulamentar a eutanásia de crianças”.

“O que este Tribunal disse é que qualquer pai de família pode dispor da vida do seu filho se ele tiver uma doença terminal ou uma deficiência”, criticou.

“Não levantar bandeira branca”: Não render-se

Jeison assegura que vários lugares do mundo incentivam “a não levantar bandeira branca”, não render-se ante os obstáculos.

“Na história do mundo, quando havia guerra e as pessoas estavam perdendo, levantavam uma bandeira branca como símbolo de derrota, dizendo: ‘Eu me rendo’. E essa é a mensagem que queremos transmitir aos pais que hoje têm uma tragédia, que hoje têm uma dificuldade, um problema de saúde: não levantem a bandeira branca, não se deem por vencidos, não se sintam derrotados”.

“Ao contrário, levantem-se hoje com vontade de lutar, de vencer, com a ajuda de Deus e da sociedade”, assinalou.

Um testemunho corajoso de superação

Jeison não teve uma vida fácil e a paralisia cerebral foi um desafio desde o seu nascimento. “Muito maior para a família da minha mãe”.

O primeiro diagnóstico que o médico deu à sua mãe, “uma mulher humilde”, “era que eu ia acabar limpando sapatos”.

“O médico disse a minha mãe ‘compre para o seu filho uma caixinha para limpar sapatos, coloque-o na porta de casa para praticar como limpar sapatos, porque ele não vai servir para nada na vida”.

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Mas a sua mãe ignorou. Pelo contrário, “a minha mãe me ensinou a lutar contra o prognóstico”.

“Hoje eu tenho duas carreiras profissionais. Eu sou comunicador social, sou advogado. Atualmente, eu lidero uma fundação, fui reconhecido internacionalmente, para a glória de Deus, e é uma bênção ter tido tantas oportunidades”, assegurou.

Jeison assinalou que em Cali (Colômbia), ele tem “uma fundação que atende 680 crianças com deficiência”.

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“São crianças com deficiências físicas, deficiências cognitivas. E começamos há 18 anos”, dando às mães “esperança” para os seus filhos.

“Porque muitas dessas mães pensavam que o filho não seria capaz, que ele não ia conseguir”, mas “hoje temos crianças estudando, fazendo muitos projetos de vida”.

Esse trabalho fez com que a rede de notícias norte-americana CNN o reconhecesse internacionalmente como um dos “heróis” de 2016.

“Existe uma sociedade que nos dá prognósticos”, disse Jeison, mas “esse prognóstico deve ser superado”.

“À pessoa que hoje se sente derrotada, que levantou bandeira branca, devemos dizer que não desista”, afirmou.

“A vida é como uma pista de obstáculos”, advertiu e ressaltou que “a chave não é sair pelo caminho mais fácil”.

Todos os dias, disse, é preciso “superar os obstáculos, superá-los e ser os melhores”.

Uma campanha para impedir a eutanásia

Através da plataforma internacional CitizenGO, Jeison Aristizabal lançou um abaixo-assinado dirigido ao Conselho de Estado, incentivando impedir a eutanásia de crianças e adolescentes.

“A deficiência não pode fazer com que a vida das crianças seja menos valiosa porque tem tais condições. A vida é valiosa em si mesma e deve ser protegida”, assegurou.

Para assinar o abaixo-assinado #YoSoyJeison # EuthanasiaInfantilNO, acesse  AQUI.

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