O Conselho dos Cardeais que assessora o Papa Francisco na reforma da Cúria do Vaticano, também conhecido como C9, terminou a sua 23ª reunião, na qual foram discutidas diversas opções para facilitar que a Congregação para a Doutrina da Fé possa processar com mais rapidez os casos de abusos de menores.

Foi o que revelou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, durante a coletiva de imprensa para explicar o conteúdo desta reunião que começou no dia 26 de fevereiro e terminou nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, no Vaticano.

O Diretor da Sala de Imprensa assinalou que várias opções foram expostas, entre elas, a possibilidade de estabelecer tribunais regionais, embora sempre sob a Congregação para a Doutrina da Fé. Mas, por enquanto, nenhuma decisão foi tomada a respeito, assegurou.

Participaram da reunião todos os membros do Conselho, exceto o Cardeal George Pell. Além disso, o Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya se uniu às reuniões na terça-feira, pois o seu voo foi cancelado, devido à neve que afetou a cidade de Roma na segunda-feira.

O Conselho dos Cardeais discutiu diferentes temas: o estatuto teológico das Conferências Episcopais, os recursos humanos e a moderação dos custos da Santa Sé e a proteção dos menores.

Por outro lado, os Cardeais discutiram também sobre os Dicastérios para o Desenvolvimento Humano Integral, para as Igrejas Orientais e para a Evangelização dos Povos.

A reflexão sobre o estatuto teológico das Conferências Episcopais começou a partir do nº 32 da Exortação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’, o qual assinala que “não foi suficientemente explicitado um estatuto das conferências episcopais que as considere como sujeitos de atribuições concretas, incluindo alguma autêntica autoridade doutrinal. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária”.

Esta reflexão implica reler o Motu proprio Apostolos suos, sobre a natureza teológica e jurídica das Conferências Episcopais, com o espírito de uma descentralização saudável sobre a qual o Pontífice fala com frequência, reiterando que ele sempre cuida da unidade da Igreja.

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Os Cardeais ouviram Dom Jan Romeo Pawlowski falar sobre o andamento da Terceira Seção do da Secretaria de Estado, criada recentemente para a seleção e a formação dos funcionários diplomáticos, presidida por ele.

Por sua parte, o Cardeal Reinhard Marx apresentou ao Conselho dos Cardeais o tema dos recursos humanos ao apresentar o trabalho do Conselho para a Economia, que procedeu ao estudo de propostas para delinear as competências de uma “sala de controle” para os recursos humanos.

O Cardeal Marx também se referiu aos progressos positivos nas áreas de apresentação de balanços, contenção de custos e redução do déficit da Santa Sé.

Nesse contexto, o Conselho para a Economia decidiu elaborar as diretrizes para as instituições da Santa Sé a fim de reduzir os custos.

A próxima reunião do Conselho dos Cardeais será nos dias 23, 24 e 25 de abril deste ano.

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