GENEBRA, 9 de mar de 2018 às 11:40
O Observador Permanente da Santa Sé ante o Escritório das Nações Unidas em Genebra, Dom Ivan Jurkovic, assinalou que é necessário garantir a proteção de cerca de 535 milhões de crianças que foram atingidas por desastres humanitários em 2017.
Em seu discurso no dia 5 de março durante 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos sobre o tema dos Direitos da Infância, Dom Jurkovic indicou que muitas crianças estão “presas em situações vulneráveis ??somente porque vivem nos lugares mais pobres do mundo, pertencem a minorias étnicas ou religiosas, são refugiadas ou migrantes, às vezes não são acompanhadas ou sofrem deficiências”.
Segundo Vatican News, o representante do Vaticano disse que “a maioria deles corre o risco de ser vítimas de indivíduos ou organizações sem escrúpulos, sofrem abusos, contrabando, tráfico sexual ou escravidão, remoção de órgãos, ou inclusive são recrutados como soldados”.
Nesse sentido, Dom Jurkovic citou o Relatório do Alto Comissário sobre a proteção dos direitos das crianças em situações humanitárias e manifestou a sua preocupação por que os números de 2017 revelaram que “535 milhões de crianças foram afetadas por desastres humanitários”, como “conflitos de grupos armados, crises locais e desastres naturais devido às mudanças climáticas, que estão provocando ondas de refugiados, migrantes e deslocados internos e pessoas que sofrem todos os dias”.
“A dignidade das nossas crianças está em risco e o principal interesse da criança sempre deveria ser prioritário, em qualquer contexto humanitário”, advertiu Dom Jurkovic.
Diante do perigo que as crianças enfrentam, o Observador Permanente da Santa Sé indicou que, a fim de garantir a sua segurança, é necessário oferecer-lhes “acesso à cidadania, à saúde e à educação”, promovendo “uma cultura de respeito aos direitos humanos e à dignidade humana de cada criança”.
“O quadro legal para proteger as crianças já está definido e apenas precisa ser aplicado”, assegurou.
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“Os direitos humanos à educação e saúde fazem parte do futuro de cada criança. Entretanto, as crianças não podem se beneficiar destes e de outros direitos humanos, somente se estiverem registrados ao nascerem. Se não retomam um caminho adequado de educação e desenvolvimento, estas crianças correm o risco de se tornarem uma geração perdida”, advertiu.
No final do seu discurso, o Prelado exortou a rejeitar a cultura do descarte “que aflige nosso mundo e alimenta as tendências da avareza, da corrupção, da violência, da guerra e da degradação ambiental”.
“Todos os cidadãos deste mundo têm a responsabilidade de cuidar da segurança e da saúde física e emocional das crianças, que são o futuro da nossa sociedade”, expressou.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 de julho de 2017