LIMA, 2 de jul de 2005 às 17:53
O Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, denunciou a existência de uma campanha mundial que vende “mercadoria estragada” chamando matrimônio a uma relação que “não é entre homem e mulher” e advertiu que ao legalizar as uniões homossexuais se desfigura a sociedade.
Durante uma Eucaristia pelo 36º aniversário da Universidade Ricardo Palma, o Cardeal opinou sobre o acontecido ontem na Espanha, onde o Congresso dos Deputados aprovou finalmente uma norma que equipara as uniões homossexuais com o matrimônio.
Segundo o Cardeal Cipriani, isto expressa o que “o Papa Bento XVI chama ‘a ditadura do relativismo moral’”. “Hoje no mundo o mal se disfarça de bem, impõe-se e pobre daquele que não o aceita!” pois é considerado “intolerante, não plural”, indicou.
Do mesmo modo, lamentou que em um país de “enorme tradição cristã” como a Espanha se aprovou “um pseudo matrimônio que impõe à sociedade a desfiguração, no atentado mais fariseu e hipócrita”.
O Cardeal pediu aos fiéis não chamar matrimônio a uma relação que “não é entre homem e mulher. Chama-a como quiser mas não embrulhe uma mercadoria estragada, não trafique com essa ditadura de um relativismo moral em que não há um bem, mas somente opiniões, correntes de pensamento”.
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“Terá que desmascarar essa campanha mundial de querer vender mercadoria estragada” em “uma época em que a técnica e a ciência são cada dia mais agudas e não admitem artifícios”, advertiu.
Neste contexto, quando “falamos de temas tão importantes como o matrimônio, a vida, a família, a justiça, a verdade, a honradez, então vem a invasão do relativismo, onde cada um tem sua verdade”, denunciou o Cardeal Cipriani.
Segundo o Arcebispo, “não pedimos a ninguém que limite seu conhecimento, que se sinta obrigado a aceitar verdades que não possa conhecer, mas se lhe pedimos que não mutilemos a integridade da pessoa humana, que não termina em sua expressão material”.
“A universidade tem evidentemente uma função de transmitir conhecimentos” mas não pode descuidar “a dimensão moral que não é uma limitação ao conhecimento científico”, recordou.
O Cardeal Cipriani adicionou que “nunca escutei tanta prédica dos direitos humanos, o respeito à mulher, dos meninos desprotegidos, do valor da democracia e nunca vi tanto atropelo à família, ao matrimônio, às mulheres, aos meninos. É um discurso oco, que não tem valores, sustenta-se em puras correntes de opinião!”