O famoso astrofísico Stephen Hawking faleceu na terça-feira, 13 de março, aos 76 anos. Em meio ao seu ateísmo declarado e apesar de negar a existência de Deus, apresentamos alguns aspectos que o relacionaram com a fé católica.

1. A fé de sua ex-esposa em Deus salvou sua vida

“Por favor, Senhor, que Stephen esteja vivo!”, foi a prece desesperada que Jane Wilde expressou em voz baixa em 1985, quando lhe disseram por telefone que seu marido, o famoso cientista Stephen Hawking, teria que ser desconectado do respirador após entrar em coma por uma pneumonia.

Jane recorda esta cena em seu livro “Rumo ao infinito”, no qual conta que se apegou a Deus nesta ocasião como em muitas outras vezes “para resistir e manter a esperança” frente ao ateísmo fervente de seu marido doente, que desprezava e inclusive zombava de suas “superstições religiosas”, porque “a única deusa de Stephen Hawking é e sempre foi a Física”.

Wilde recordou que os médicos suíços lhe deram a entender que não havia nada a fazer e que, se ela autorizasse, desconectariam o respirador artificial para deixá-lo morrer com a mínima dor possível.

“Desconectar o respirador era impensável. Que final mais ignominioso para uma luta tão heroica pela vida! Que negação de tudo pelo que eu também tinha lutado! Minha resposta foi rápida: Stephen deve viver”, afirmou.

Os médicos se viram na obrigação de realizar uma traqueostomia que salvou a vida do cientista, mas também o deixou sem fala, obrigando-o a comunicar-se com a voz robótica de seu sintetizador.

2. Era membro da Pontifícia Academia das Ciências

No final do mês de novembro de 2016, Hawking chegou ao Vaticano para dar uma palestra sobre a origem do universo e levou algumas pessoas a se questionar sobre o que exatamente estava fazendo o astrofísico e autoproclamado ateu no coração da Igreja Católica.

A visita não era nada extraordinária, pois há algum tempo o astrofísico era membro da Pontifícia Academia das Ciências, da qual participam os 80 cientistas mais brilhantes do mundo, e estava na Cidade do Vaticano para seu encontro anual.

A religião não é um critério para os membros da Pontifícia Academia das Ciências. O presidente do grupo, Werner Arber, Prêmio Nobel de Medicina de 1978, é protestante. Há membros da Academia que são católicos, ateus, protestantes e membros de outras religiões.

Esta política aberta dos membros existe porque a Pontifícia Academia das Ciências foi pensada como um lugar onde a ciência e a fé possam se encontrar e discutir. Não é um foro confessional, mas um lugar onde é possível ter uma discussão aberta e examinar os futuros avanços científicos.

3. O seu ateísmo estava baseado na ciência?

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O chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, recordou que perguntou a Hawking se ele havia chegado à conclusão de que Deus não existe como cientista ou com base em sua experiência de vida.

A esta pergunta, explicou o Prelado, “Hawking teve que admitir que a sua afirmação não tinha nada a ver com a ciência”.

Dom Sánchez Sorondo também disse que “o cientista descobre coisas que não havia colocado lá. Questionar quem colocou essas coisas lá é um tema teológico. O cientista só as descobre, o crente vê nelas a presença de Deus”.

4. Reconheceu que um sacerdote é o pai da teoria do Big Bang

Durante a sua conferência no Vaticano em novembro de 2016, Stephen Hawking prestou homenagem ao Pe. Georges Lemaitre, presidente da Pontifícia Academia das Ciências entre 1960 e 1966.

Hawking disse que o sacerdote belga era o verdadeiro pai da “Teoria do Big Bang” e não o físico George Gamow.

“Georges Lemaitre foi o primeiro a propor um modelo no qual o universo teve um começo infinitamente denso. Assim, ele e não George Gamow é o pai do Big Bang”, disse.

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5. Encontrou-se com quatro Papas

Durante a sua visita ao Vaticano em 2016, Stephen Hawking foi recebido pelo Papa Francisco. Há alguns anos, ele também se encontrou com o Papa Emérito Bento XVI.

O astrofísico teve a oportunidade de conhecer São João Paulo e o Beato Paulo VI.

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