O Arcebispo Emérito de Corrientes (Argentina), Dom Domingo Castagna, advertiu que “uma sociedade que avança em direção a uma laicidade sem Deus, transtorna os valores que foram – até agora – o suporte para as suas bases constituintes”.

“A exclusão de toda referência a Deus, sob o pretexto de não adotar um projeto excessivamente influenciado pelo eclesiástico – ou clerical – inevitavelmente descende a um ateísmo beligerante e negador de toda transcendência”, sublinhou em uma reflexão.

Dom Castagna explicou que Deus vai além da religião e “gira em torno de toda a estrutura social”. Desta maneira, os valores essenciais têm a sua origem “em Deus Criador e Pai da Vida”, independente de serem ou não sustentados pelas religiões.

No caso da Igreja Católica, defende o valor da vida humana desde a concepção até a morte natural, entretanto, “recusa ser considerada defensora de um patrimônio ‘sectário’”.

A Igreja se opõe ao aborto por “razões antropológicas e científicas’, assegurou Dom Castagna, por isso, “muitos homens e mulheres se aderem a eles sem professar alguma religião”.

Para o Prelado, a liderança da Igreja procede de “convicções muito profundas, que transcendem o conteúdo da sua fé, mas que recebem dela a sua confirmação e solidez inabalável”.

Em relação à visão da realidade da fé católica, Dom Castagna encorajou a aceitá-la não como produto de “certo pessimismo fundamentalista”, mas como “um desafio emocionante”, pois “Cristo considera a eliminação do pecado como o seu desafio maior e inevitável”.

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“A salvação dos homens consiste na graça que elimina o pecado: única causa de todos os males. Por isso, a urgência de providenciá-la, para resolver os males que dominam as pessoas, no coração da sociedade que compõem”, explicou.

Além disso, reiterou a importância de que o comando político e econômico esteja nas mãos de “líderes virtuosos”, pois “a virtude é mais do que a ausência de comportamentos criminosos: é equilíbrio e bom senso, geradores de justiça e de paz”.

Finalmente, Dom Castagna assegurou que somente através da centralidade de Cristo na vida de cada pessoa e comunidade, será possível alcançar o equilíbrio necessário para as grandes mudanças que a sociedade procura.

Porque as mudanças “precisam ser reguladas pela Verdade que na situação conflitiva do mundo deve ser conhecida e aplicada imediatamente”, concluiu a sua reflexão.

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