MADRI, 28 de mar de 2018 às 18:00
Josué Villalón, jornalista e membro do departamento de comunicação da Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na Espanha, visitou recentemente alguns projetos que esta Fundação Pontifícia tem na Síria, a fim de manter a presença cristã na Síria e que milhares de deslocados devido à guerra e à perseguição possam voltar para suas casas.
“O mais representativo desta viagem é a força da fé destas pessoas que perderam tudo. As suas casas, seus empregos, seu presente e seu futuro, mas não perderam a fé apesar de tudo. Cada pessoa e cada família com que conversamos nos manifestava que agora o que lhes dá esperança e os sustenta é celebrar a Eucaristia, porque, apesar da perda material, eles continuam tendo Jesus Cristo”, assegurou Villalón ao Grupo ACI.
Um dos momentos que mais impressionou Villalón foi a visita à catedral Siro-Católica, na cidade de Homs, onde centenas de cristãos rezavam a Via Sacra.
“A oração da Via Sacra é uma tradição muito forte na Síria e no Oriente Médio, desde sempre os cristãos tiveram esta oração como ponto central para viver a Quaresma e a Semana Santa”, explicou Villalón.
Na Sexta-feira Santa, está prevista uma procissão com uma cruz e vários ícones da Virgem Maria pelas ruas da zona antiga da cidade de Homs (Síria).
Além disso, sublinhou que “agora mais do que nunca a Via Sacra é uma oração importantíssima”, porque a população cristã da Síria, “com tudo o que sofreou nestes anos de guerra e que ainda sofre atualmente, vive a sua própria via sacra. Por isso, esta oração tem ainda mais sentido para eles”.
“Existem muitíssimos testemunhos. A força consiste no fato de que os cristãos que estão na Síria hoje estão encarnando, em sua própria vida, o Evangelho e o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus”, sublinhou e assinalou que encontrou com “verdadeiros nazarenos e outros que são Verônicas e Cireneus, que carregam a cruz de Cristo, que estão deslocados”.
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Nesse sentido, Villalón destacou que os primeiros cristãos são precisamente originários da Síria. “Os cristãos já estavam alguns séculos antes da chegada do Islã e, em Antioquia, os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos pela primeira vez. As fontes históricas e documentais são enormes neste local. Por exemplo, em Damasco, foi onde São Paulo recebeu o chamado de Jesus para se converter”.
Além da sua presença milenar, o jovem jornalista explicou que os cristãos na Síria e no Oriente Médio “contribuem com diversos valores insubstituíveis” como a “caridade, a liberdade, o perdão, a esperança. Só os cristãos falam sobre tudo isso, é por isso que a presença deles é muito importante”.
Villalón também explicou que, graças ao apoio da Igreja e de fundações como a Ajuda à Igreja que Sofre, os jovens podem continuar estudando e as famílias podem voltar para suas casas que aos poucos estão sendo reconstruídas. A Fundação ACN contribui anualmente com mais de 600 mil euros para a reconstrução da Síria.
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— ACI Digital (@acidigital) 28 de março de 2018