BERLIM, 5 de abr de 2018 às 14:30
Um grupo de sete bispos alemães escreveu uma carta ao Vaticano para pedir esclarecimentos diante do anúncio da Conferência Episcopal da Alemanha de que está preparando um documento para permitir que protestantes não católicos recebam a Comunhão eucarística “sob certas condições”.
Os sete bispos, entre os quais o Cardeal Rainer Marie Woelki, Arcebispo de Colônia, enviaram a carta ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e para o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luis Ladaria.
A carta foi enviada sem uma consulta prévia ao Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, Cardeal Reinhard Marx, que também é Arcebispo de Munique e Freising, e divulgou uma resposta à missiva dos sete prelados.
Em uma declaração enviada à CNA Deutsch – agência em alemão do Grupo ACI –, a Arquidiocese de Colônia explicou que a carta dos sete bispos, em 22 de março de 2018, busca um esclarecimento sobre se a recepção da Comunhão eucarística para os protestantes casados ??com católicos pode ser decidida por uma conferência episcopal ou se é necessária a “decisão da Igreja universal”.
Em um texto do dia 4 de abril, a Arquidiocese de Colônia assinalou que, “do ponto de vista dos signatários, o objetivo em um tema de tal centralidade para a fé e da unidade da Igreja deve evitar caminhos nacionais separados e chegar a uma solução globalmente unificada e útil, através de um diálogo ecumênico”.
O pedido de esclarecimento dos sete bispos foi realizado depois do anúncio da Conferência Episcopal da Alemanha sobre a publicação de um documento com normas para permitir que os protestantes casados ??com católicos recebam a Comunhão eucarística “sob certas condições”.
O anúncio foi realizado pelo Cardeal Marx, “depois de um intenso debate”, ao concluir a assembleia geral dos bispos alemães, realizada de 19 a 22 de fevereiro.
A carta enviada ao Vaticano foi assinada pelo Cardeal Rainer Maria Woelki, Arcebispo de Colônia, Dom Ludwig Schick, Arcebispo de Bamberg, Dom Konrad Zdarsa, Bispo de Augsburgo, Dom Gregor Maria Hanke, Bispo de Eichstätt, Dom Stefan Oster, Bispo de Passau, Dom Rudolf Voderholzer, Bispo de Regensburg, e Dom Wolfgang Ipolt, Bispo de Görlitz.
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Em resposta aos sete bispos, o Cardeal Marx disse em uma declaração que “são tão graves as dúvidas sobre se a solução proposta para a orientação pastoral dos matrimônios (entre católicos e protestantes) e participação na Eucaristia é consistente com a fé e a unidade da Igreja, que pediram ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos para ‘dar-lhes assistência’”.
Fontes consultadas pela CNA Deustch em Roma, informaram que está sendo formulada uma resposta à carta enviada pelos sete bispos.
Praticamente não existem precedentes históricos à medida tomada pelos sete bispos. Embora a mídia local tenha comparado este acontecimento com a decisão do então Arcebispo de Colônia, Cardeal Joachim Meisner, de escrever ao Papa João Paulo II em 1999, depois que a maioria dos prelados alemães votou a favor de aconselhar as mulheres grávidas para que, conforme o que foi requerido pelas leis nacionais, pudessem realizar um aborto.
São João Paulo II pediu em quatro ocasiões para que a Igreja deixasse esses centros de aconselhamento, mas os bispos finalmente decidiram que cada um deveria avaliar o que deveria ser feito com as suas autoridades locais.
Confira também:
Bispos da Alemanha preparam documento sobre comunhão para protestantes https://t.co/AbgF32QMaV
— ACI Digital (@acidigital) 23 de fevereiro de 2018