Roma, 4 de mai de 2018 às 14:30
O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Bienamino Stella, recordou o Cardeal húngaro Jozsef Mindszenty, que no dia 2 de maio completou 43 anos de falecimento e deixou um legado de fidelidade e a certeza de que “a perseverança da fé vence o mundo”.
Segundo informa L'Osservatore Romano, na Missa celebrada em 2 de maio, o Prefeito disse que o Cardeal Mindszenty foi “um modelo exemplar de vida sacerdotal e zelo apostólico”, ante a perseguição do regime comunista na Hungria nas décadas de 1940 e 1950.
Depois de recordar que ele e muitos outros “sofreram a violência e a hostilidade por causa da sua fé”, o Prefeito sublinhou que o Cardeal Mindszenty “é uma testemunha viva de que a perseverança da fé vence o mundo”, pois demonstrou “uma força especial para testemunhar o Evangelho e servir ao povo de Deus, também nos momentos mais dramáticos e nas páginas escuras da vida da Igreja na Hungria”.
Na antiga basílica romana de Santo Stefano de Monte Celio, o Cardeal Stella disse que a Eucaristia que celebrou “é como se eu estivesse pagando uma dívida ao comemorar um pastor como o Cardeal Mindszenty, por todo o bem que recebi do seu testemunho sacerdotal, especialmente durante a minha juventude”.
O Prefeito do Clero recordou que “foram anos turbulentos e difíceis, marcados pela perseguição à Igreja Católica, que nos faziam olhar para estes pastores” com “admiração, respeito e veneração”.
O Cardeal Mindszenty, continuou, “foi um simples e bom pastor, disposto a dar a sua vida pela Igreja e pelo país”, que “ajudava e acompanhava o povo de Deus, para salvá-lo da angústia da perseguição” e “promover com firmeza a fidelidade à Igreja e à doutrina cristã, contra a opressão do regime”.
József Mindszenty nasceu na Hungria em 1892. Foi ordenado sacerdote aos 23 anos e nomeado Bispo de Verzprém em 1944. No ano seguinte, foi transferido para a sede da Eztergom. Foi criado Cardeal em 1946.
Em 26 de dezembro de 1948, Mindszenty foi preso por denunciar os abusos da invasão soviética. Foi torturado para “confessar” seus crimes.
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Em 1949, foi condenado à prisão perpétua em um julgamento que foi uma farsa. Foi libertado em 1956 e se refugiou na embaixada dos Estados Unidos.
József Mindszenty se recusou várias vezes a deixar a Hungria enquanto o governo não retirasse as acusações caluniosas e o reconhecesse como Primaz do país. Finalmente, em setembro de 1971, viajou para Roma, onde morreu em 6 de maio de 1975.
Em suas memórias, escreveu: “Nas minhas lembranças, a dor e a passividade forçada ocupam a maioria dos meus anos. Como o paciente Jó, submetido a provas difíceis, durante um período terrível da minha vida fui muito infeliz. Por isso, não vou relatar somente as coisas edificantes e satisfatórias; contarei as coisas da vida, de tantas tristezas, mas também de tantas consolações, falarei em breves palavras, da verdade”.
O Prefeito da Congregação para o Clero disse em sua homilia que “o Cardeal Mindszenty morreu devido a algumas complicações durante uma intervenção no coração”.
Depois de receber anestesia, relatou o Cardeal Stella, o Purpurado húngaro deixou cair um terço: “Assim terminou a sua peregrinação: rezando até o final, confiando em Deus sem reservas, entregando-lhe esse coração quebrado que estava consumido por toda a sua vida entregue ao seu povo”.
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— ACI Digital (@acidigital) 3 de maio de 2018