MADRI, 6 de mai de 2018 às 08:00
O ex-jogador de futebol Santiago Cañizares perdeu o seu filho de 5 anos chamado Santi no último mês de março. Em uma entrevista concedida junto com a sua esposa à revista ‘Hola’, o ex-goleiro do Real Madrid e do Valencia, entre outros, assegurou que a fé e a sua família foram cruciais e que, apesar da dor da perda, estão tranquilos e otimistas, porque “sabemos que ele foi um escolhido” porque “é filho de Deus”.
“A lição de tudo isso é entender que não é um castigo de ninguém, mas deve ter um significado”, assegura Cañizares.
Nesse sentido, assegurou àqueles que têm um filho doente ou falecido que “é impossível que alguém seja castigado desta forma. O que acontece é que existem certas crianças que o seu lugar não está neste mundo, talvez porque elas sejam boas demais, e este mundo está com algum problema e situação que não eles merecem estar aqui, mas em um mundo muito melhor”.
O goleiro assegura que tirou essa força “da fé e não acredita que isso seja um castigo de Deus”.
O pequeno Santiago faleceu no último dia 25 de março, depois de lutar contra o câncer durante dois anos.
Mi hijo Santi ha fallecido.
— SANTIAGO CAÑIZARES (@santicanizares) 23 de março de 2018
Creo que he de ser yo quien os lo cuente, en agradecimiento por todas las muestras de apoyo y cariño que he recibido de vosotros.
Se ha marchado rodeado de paz, y habiendo comprendido su misión en estos cinco años que nos ha acompañado.#santicampeon
“Estamos muito orgulhosos dele. É claro que nós sentimos muita falta dele e gostaríamos de tê-lo conosco, mas estamos muito contentes, porque sabemos que ele está em um lugar privilegiado e, por isso, apesar de sentir a grande dor da perda de um filho, respiramos serenidade e otimismo, porque sabemos que ele foi escolhido”, assegura o ex-jogador de futebol.
Nesse sentido, recordou uma frase que a sua esposa repete muitas vezes: “Você acha que ele é teu filho, porque nasceu do teu ventre, mas na verdade é filho de Deus”.
“É necessário entender que as crianças que passam por isso são filhas de Deus, os mais próximos, e com certeza eles têm um lugar reservado perto de Deus em um mundo muito melhor do que estão vivendo”, sublinha.
“Se você não tem fé, é muito pior aceitar isso. Nós felizmente e por vocação temos fé, nós sempre tivemos fé e isso nos deixa muito mais tranquilos”, acrescentou.
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Também insiste na importância de “ter uma boa família, com muito amor, e se você tiver a sorte de ser numerosa, é melhor, porque o fato de que haja crianças em casa é algo fundamental”.
Durante a entrevista à revista ‘Hola’, Cañizares afirma que tanto Mayte, sua esposa, como ele compreenderam que “a missão de Santi era uma missão de aprendizado. Ele era um sábio, ele veio nos mostrar muitas coisas, dar muitas mensagens, a fim de que compreendêssemos coisas que passarão despercebidas, para que valorizemos cada momento da nossa vida, para que amemos mais, disputemos menos e evitemos situações tensas”.
Disse que apesar da sua doença e de ter apenas 5 anos, “ele uniu os membros da família que estavam mais afastados, mais ariscos. Ele os uniu com a sua presença, com a sua doença e com o seu desenlace”.
Por sua parte, Mayte García, esposa de Santiago Cañizares, explica no vídeo que o início da doença do seu filho foi muito duro e, inclusive, sequer conseguia entrar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde o seu filho estava internado.
“Demorei aproximadamente 48 horas para entrar na UTI para vê-lo, dois médicos me levaram porque não era capaz de ver o meu filho na UTI”, assegura e afirma que “ele ia me dando sinais para que eu tivesse esperança e não desanimasse. A partir daquele momento, entendi que tinha que lutar e entregar-me totalmente”.
“Eu pensei: se ele teve a oportunidade de morrer em uma operação com dois infartos cerebrais, eu, como mãe, vou lutar por ele até o fim”, expressou.
Ela assegurou que quer contar a sua história porque gostaria de ter tido “alguém que me dissesse ‘fique tranquila’”.
Além disso, sublinha que durante o tratamento da criança, apesar de ser muito consciente de que ele poderia ser curado ou não, nunca se focaram no lado negativo, porque “se você está lá, é por algum motivo. Para que se salve ou pelo menos para que possa estar o melhor possível e para que sorrisse todos os dias”. E afirma que no último momento o pequeno Santi “foi embora com um sorriso dos seus pais na boca”.
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— ACI Digital (@acidigital) 24 de maio de 2017