CARACAS, 11 de mai de 2018 às 15:00
O Conselho Nacional dos Leigos (CNL) da Venezuela lamentou que o país esteja vivendo a crise mais grave da sua história e exortou que as eleições presidenciais do dia 20 de maio sejam adiadas, porque “a vida e a existência do povo venezuelano” estão em jogo.
Em uma mensagem divulgada em 9 de maio, o CNL denunciou que estas eleições convocadas pelo regime só tem o objetivo de perpetuar Nicolás Maduro no poder, em meio à “mais grave crise moral, social, política e econômica da história, que colocou em jogo a própria existência da República como uma nação livre e democrática”.
Os leigos respaldaram a Conferência Episcopal da Venezuela que, em 23 de abril, também pediu o adiamento das eleições, pois “não foram convocadas seguindo as disposições da lei” e porque “não forma dadas as condições mínimas necessárias para um processo justo e transparente, nem foram cumpridos os padrões democráticos internacionais”.
“O que está em jogo neste momento, não é apenas a eleição de um presidente, mas a vida e a existência do povo venezuelano, a viabilidade da nação e a paz da República”, advertiu o CNL.
No comunicado, recordou que a Venezuela vive “uma emergência humanitária complexa”, marcada pelo colapso dos serviços públicos, o aumento dos assassinatos e uma crescente hiperinflação que empurra mais cidadãos a migrar para outros países.
O CNL exortou a buscar soluções políticas para a grave crise e encorajou os venezuelanos a “salvar as vidas, ajudar os doentes, alimentar os famintos, confiar nas pessoas e nas instituições” e trabalhar juntos pela paz.
“Devemos cultivar a esperança ativa que implica confiança em Deus e compromisso pessoal e comunitário”, afirmaram os leigos.
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“Imploramos a misericórdia de Deus para o povo venezuelano e a proteção de nossa Mãe Maria de Coromoto, Padroeira da Venezuela”, concluíram.
Segundo informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril, a Venezuela terminará 2018 com uma inflação de 13.864%. Além disso, em 2019, o preço de dezenas de produtos continuará aumentando até 12.874%.
Em seu relatório, o FMI recorda que “a Venezuela sofreu uma intensificação da crise econômica e humanitária desde 2014”. Isso se refletiu na escassez de alimentos e remédios e na migração de centenas de milhares de venezuelanos a outros países.
A crise também piorou com o surgimento de doenças que não eram vistas na Venezuela há muitos anos, como o sarampo, a malária e a difteria. Além disso, todos os dias milhares de pessoas não têm dinheiro para comprar remédios, que continuam escassos no país.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 de maio de 2018