REDAÇÃO CENTRAL, 21 de mai de 2018 às 19:00
No domingo, 20 de maio, militantes petistas realizaram em Aparecida (SP) a ‘Romaria Lula Livre’, conforme foi anunciado no início de maio pela senadora e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e participaram a Missa no Santuário Nacional, ato que foi repudiado por católicos nas redes sociais.
Conforme relatou o site oficial do Partido dos Trabalhadores (PT), os manifestantes “se encontraram na basílica velha da cidade de Aparecida, onde fizeram um ato com gritos de ordem pela liberdade de Lula e pelo restabelecimento da democracia. De lá caminharam para o Santuário Nacional em romaria”. A Senadora petista Gleise Hoffman também divulgou fotos do evento em sua conta de twitter:
Romaria por #LulaLivre em Aparecida do Norte! Pedido a Nossa Senhora por aquilo que é de justiça, do certo. Pela esperança do povo! pic.twitter.com/ypoWL2CvQh
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 20 de maio de 2018
“Os romeiros por Lula e Paz no Brasil participaram da missa das 14 horas no Santuário de Aparecida, onde fizeram suas preces pelo ex-presidente e pelo país”, acrescentou ainda o site petista.
Em vídeos publicados nas redes sociais, vê o momento em que durante a oração dos fiéis em Missa presidida pelo reitor, Pe. João Batista de Almeida, pede-se “pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que Nossa Senhora Aparecida o abençoe e lhe dê muitas forças, e se faça a verdadeira justiça para que, o quanto antes, ele possa estar entre nós, construindo com nosso povo um projeto de país, que semeie a justiça e a fraternidade”.
Esta romaria já havia sido anunciada no início de maio pela senadora Geisi Hofmann através de seu Twitter. Na ocasião, o Santuário de Aparecida publicou uma nota rechaçando “toda e qualquer utilização do seu espaço para fins políticos ou ideológicos” e reiterando que não estava “organizando ou convidando pessoas para se mobilizarem em favor deste ou daquele político”.
Frente a esta “romaria” promovida por petistas, diversas manifestações nas redes sociais criticaram o fato, como a nota publicada no Facebook por Bruno Braga, católico de Minas Gerais e um influenciador digital de renome, que há meses vem denunciando a utilização da Igreja por partidários da esquerda para fins eleitorais.
“Realizaram-na mesmo após o Santuário afirmar que ‘se coloca contra toda e qualquer utilização do seu espaço para fins políticos e ideológicos’”, assinalou, em referência à nota do Santuário do início de maio.
Segundo Braga, os manifestantes “não afrontaram somente uma determinação do Santuário. Eles afrontaram e ofenderam a própria Virgem Maria, que em Fátima tentou alertar o mundo sobre os males do comunismo”.
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“Mais. Os delinquentes profanaram o Santuário de Aparecida, a Casa da padroeira e Rainha do Brasil. Um desprezo total para com a centralidade de Cristo e da Santa Eucaristia na Santa Missa”, acrescentou.
Por sua vez, o tradutor, palestrante, ensaísta e escritor católico Bernardo Pires Küster publicou um vídeo no qual pontua alguns “problemas” que atos como esta romaria causam e, segundo ele, o primeiro destes males é o “abuso litúrgico”.
“Usar a liturgia da Igreja, a oração dos fiéis para fazer oração por alguém condenado na Justiça é abuso litúrgico, ainda mais se tratando de um indivíduo só e não de mais pessoas. É a oração dos fiéis, não do fiel”, declarou.
Küster, cujos vídeos alertando para a instrumentalização política da Igreja no Brasil já alcançaram mais de 20 milhões de usuários nas redes sociais, indicou que estas iniciativas podem representar um “incremento da tensão entre a Igreja e o Estado”, uma vez que pode dar a impressão de uma tentativa de “influenciar na política”.
Além disso, acrescentou, há uma questão de “politização da Liturgia”. Segundo ele, trata-se de “usar a Igreja Católica para” promover “movimento comunista”.
Küster indicou ainda que “a politização da liturgia é um absurdo, seja para qual lado for”.
Por fim, indicou, a realização de manifestações como esta ocorrida dentro do Santuário de Aparecida causam “uma divisão na Igreja. Não importa se é direita ou esquerda, não se pode politizar dentro da Igreja, porque isso causa divisão”.
“O que não divide a Igreja? Falar de Nosso Senhor Jesus Cristo, falar de Nossa Senhora, pregar o Evangelho, unir os fiéis na unidade pelo vínculo da paz”, completou.
Nossa redação entrou em contato com o Santuário Nacional de Aparecida, mas até o final desta edição não obteve por parte das autoridades do Santuário esclarecimentos sobre estas e outras denúncias de fiéis sobre atos ocorridos ontem na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.