Após o anúncio do segundo encontro que o Papa Francisco terá com as vítimas do sacerdote chileno Fernando Karadima, as pessoas que estarão presentes agradeceram o convite do Pontífice e expressaram o seu desejo de que este momento seja uma oportunidade para “dar voz a muitos outros”.

Em 22 de maio, a Santa Sé disse o Papa receberá em junho cinco sacerdotes e dois leigos vítimas de “abusos de poder, de consciência e sexuais”, além de dois sacerdotes que acompanharam vítimas em seu percurso legal e espiritual.

“O convite é para compartilhar a nossa experiência com ele e ajudar o Santo Padre a tomar algumas medidas para o futuro", expressou Pe. Eugênio de la Fuente, um dos sete sacerdotes convocados para a reunião em Roma.

Com reuniões a serem realizadas entre os dias 1º e 5 de junho, será concluída a "primeira fase de reuniões" que o Papa terá com as vítimas do "sistema abusivo estabelecido há várias décadas", na paróquia do Sagrado Coração da Providencia (“El Bosque”).

Em uma coletiva de imprensa em 23 de maio, os sacerdotes convidados assinalaram que "os nove esperamos que a nossa experiência também possa servir para dar voz a muitos outros que sofreram abusos ou acompanharam pessoas abusadas".

Os cinco sacerdotes que se reunião no Vaticano são: Pe. Eugenio de la Fuente Lora, Pe. Alejandro Vial Amunátegui, Pe. Francisco Javier Astaburuaga Ossa, Pe. Javier Barros Bascuñán e Pe. Sergio Cobo Montalba.

Os outros quatro que participarão do encontro pediram para manter sua identidade reservada.

"Queremos manifestar publicamente o nosso agradecimento ao Santo Padre por este convite, que faz parte da sua intenção de desenvolver um processo sinodal para conseguir o restabelecimento da justiça e da comunhão, especialmente dentro da nossa Arquidiocese de Santiago e do seu presbitério", expressaram na sua declaração.

Do mesmo modo, informaram que não realizarão mais declarações públicas até depois do encontro.

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Durante as perguntas, Pe. Eugenio de la Fuente explicou que há um mês receberam formalmente o convite, que foi "um grande consolo e esperança".

"O Papa percebeu que havia um problema, uma crise na Igreja chilena. Tudo o que ele percebe está muito bem expresso, e nos representa na carta que enviou aos bispos e estamos completamente em sua linha", sublinhou.

Por sua parte, Pe. Alejandro Vial acrescentou que "o nosso desejo de encontrar o Papa e contribuir com ele é para que possamos, o quanto for possível, evitar a existência de vítimas de abusos; para nós é muito importante colaborar a fim de que não haja mais vítimas de abuso".

Finalmente, Pe. Francisco Astaburuaga esclareceu que "a maioria de nós se reuniu com a comissão Scicluna e fomos ouvidos", acrescentando que "vamos conversar com o Santo Padre, não podemos adiantar os temas, o detalhe das conversas será com ele".

Em abril, o Santo Padre se reuniu pela primeira vez com três leigos vítimas de Karadima. Alguns dias depois, teve um encontro com os bispos do Chile para discutir sobre este tema. No final do encontro, os 34 prelados colocam seus cargos à disposição do Papa.

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