LONDRES, 1 de jun de 2018 às 17:00
A causa de beatificação do escritor e apologista inglês Gilbert Keith Chesterton estaria prestes a ser aberta, pois em breve será concluída a etapa da pesquisa preliminar sobre a sua vida.
Pe. John Udris é o canônico designado em 2013 pelo Bispo de Northampton (Inglaterra), Dom Peter John Haworth Doyle, para realizar a investigação preliminar sobre a vida de Chesterton.
Espera-se que o trabalho termine entre junho e setembro deste ano. Em seguida, a investigação será enviada a Dom Doyle, que consultará a Santa Sé sobre a abertura da causa de beatificação.
Nesse sentido, o presidente da Sociedade Americana de Chesterton, Dale Ahlquist, disse à CNA – agência em inglês do Grupo ACI – que a “virtude heroica, a bondade e a humildade” do escritor inglês são a evidência para a sua beatificação.
Além disso, durante a sua vida, Chesterton “viu o ataque à família, à vida, à fé, mas, sobretudo o ataque à razão e ao uso de um pensamento bom, sólido e racional. Ele sabia que as pessoas começavam a liderar com seus estados de ânimo e suas emoções”.
“Chesterton é conhecido como o santo que contradiz o mundo em termos de falar contra uma má filosofia e maus pensamentos”, acrescentou.
Outro aspecto importante que compartilhou sobre este personagem é que “ele é, de fato, um ‘criador’ de conversos. Há centenas de pessoas que chegaram à fé católica depois do encontro com G.K. Chesterton, e certamente eu sou um deles”.
Atualmente, devido à contínua deterioração da razão, Ahlquist assinalou que o mundo precisa de santos que se opõem à cultura e recordou o que Chesterton dizia sobre Santo Tomás de Aquino: “Às vezes, a época se converte pelo que é mais contraditório”.
“Estamos esperando e rezando para que (Dom Doyle) tome uma decisão positiva e que recomende à Congregação para as Causas dos Santos que abra oficialmente a causa”, expressou o presidente da American Chesterton Society.
Quem foi Chesterton?
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G.K. Chesterton nasceu em 29 de maio de 1874 em Londres. Desde criança, decorava os contos e os recitava. Durante a sua juventude, aproximou-se do socialismo, do radicalismo e do liberalismo, mas não se conformou com “convencionalismos vazios”.
Foi jornalista ‘Daily News’ e, inclusive depois do seu casamento com Frances Blogg, anglicana praticante, declarou-se ateu.
Entretanto, a sua esposa o ajudou a se aproximar de Deus e começou a buscá-lo até descobrir que “somente a Igreja Católica pode salvar o homem da destrutiva e humilhante escravidão de ser filho de seu tempo”.
Em 1922, converteu-se ao catolicismo e começou a aprofundar-se na teologia. Assim, começou a combater várias doutrinas que revelavam a “desagregação espiritual e moral do nosso mundo”.
Chesterton escreveu mais de 90 livros, centenas de poemas, cerca de 200 contos e inúmeros ensaios teológicos e filosóficos, artigos e obras menores. Entre as suas obras, as mais conhecidas são as histórias de mistério cujo protagonista é o Padre Brown e o seu livro “Ortodoxia”, sobre apologética.
Morreu em 1936, em sua casa de Beaconsfield, em Buckinghamshire (Inglaterra). A sua esposa Frances e a sua filha Dorothy permaneceram ao seu lado até o fim.
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— ACI Digital (@acidigital) 15 de junho de 2016